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- Promover (Re)Encontros com SentidoPublication . Pinto, Carla Sofia Silva; Marques, ElsaO presente relatório resulta de uma experiência de estágio realizado numa Casa de Acolhimento do distrito do Porto que acolhe 11 crianças em situação de risco ou perigo, com idades compreendidas entre os 0 e os 10 anos. Procura-se neste trabalho refletir acerca de uma intervenção que foi realizada, entre o mês de novembro e março de 2018, junto de um grupo de seis das crianças acolhidas e respetivas famílias. Tendo em conta as fragilidades diagnosticadas no momento das visitas das famílias às crianças, procurou-se implementar um plano de ação cujo principal objetivo era contribuir para que a interação entre as crianças e seus familiares constituísse um momento de qualidade, quer em termos educativos, quer no que respeita ao aprofundamento dos laços entre ambos. O planeamento da intervenção realizada passou por procurar responder às seguintes questões: Como transformar o período das visitas num momento rico em aprendizagens e interações gratificantes entre pais e filhos? Como tornar as visitas dos pais aos seus filhos institucionalizados, momentos de expressão de afetos positivos e, consequentemente, de reforço dos seus laços de vinculação? Como contribuir para que esses mesmos progenitores desenvolvam o sentimento de que são capazes de auxiliar os filhos a adquirir aprendizagens importantes para o seu desenvolvimento? Ainda que o acolhimento residencial seja uma resposta que se pode prolongar no tempo, consideramos que a permanência nesse regime não constitui o projeto de vida mais adequado para uma criança. Com efeito, não basta procurar resolver os problemas que surgem no imediato, mas projetar as crianças no futuro, o qual, para muitas delas, passará pela reintegração familiar. O trabalho realizado permitiu-nos concluir que o investimento nos momentos de visita dos familiares às crianças é uma dimensão a priorizar na intervenção em contexto de acolhimento. Apesar do trabalho desenvolvido na Casa de Acolhimento onde estagiámos ter proporcionado oportunidades de aprendizagem para todos os atores envolvidos (famílias, técnicos e crianças), assim como a troca de afetos positivos entre familiares e crianças, durante o período de visita, consideramos que existe, ainda, um longo caminho a percorrer no que respeita ao investimento que deve ser feito entre a referida Casa de Acolhimento e as famílias biológicas. Sabendo que as competências parentais são indissociáveis das oportunidades sociais que os progenitores têm acesso, não se pode esperar que as suas competências educativas sejam distintas das que conduziram à retirada das crianças sem que exista um investimento profundo na mudança das suas condições de vida e nos estímulos a que estão submetidos.