Browsing by Author "Saraiva, Eduardo"
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- A Transformação da Artilharia de Campanha da Guerra Civil Americana à 1ª Guerra MundialPublication . Saraiva, EduardoO presente trabalho tem como objetivo analisar e caraterizar as transformações ocorridas, no equipamento da Artilharia de Campanha, no período compreendido entre a Guerra Civil Americana (1861-1865) e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), e compreender quais as implicações resultantes na Artilharia do Exército Português. O período estudado coincide com a transição do século XIX para o século XX, quando ocorrem as primeiras guerras industriais, correspondendo a uma fase de grande transformação e evolução da Artilharia de Campanha. Este progresso, derivado de uma época de constante evolução tecnológica proporcionado pelas inovações industriais, permite a produção de novos materiais e o aperfeiçoamento do armamento, que materializam o período de afirmação da Arma e da transição para a moderna Artilharia. Durante este período ocorrem importantes melhoramentos nomeadamente, com o estriamento dos canos, na aplicação da retrocarga, da aplicação de ligações elásticas por forma a absorver o recuo após o disparo, na construção das peças em aço que permitem resistir a maiores pressões, o aperfeiçoamento das munições e o desenvolvimento do tiro indireto. Para a elaboração deste trabalho de investigação, a metodologia utilizada está enquadrada no âmbito de uma pesquisa e investigação histórica baseada na consulta e recolha de informação, realizada no Arquivo Histórico Militar, e consequente tratamento de fontes primárias manuscritas e impressas complementada com outras fontes textuais e bibliográficas nacionais e internacionais, através da pesquisa documental, diretamente relacionadas com o tema a explorar. Desta análise concluiu-se que, no período estudado, a Artilharia de Campanha sofreu um conjunto de inovações técnicas, que permitiram aperfeiçoar o equipamento de guerra resultando num maior rendimento, ao aumentar o alcance, a letalidade, os efeitos no alvo e a precisão, reduzindo-se a dispersão do tiro. Tais inovações técnicas implicaram a alteração da organização e tática dos diferentes exércitos nas primeiras guerras industriais. Após um conjunto de acontecimentos, ocorridos durante a primeira metade do século XIX, que provocaram o declínio económico-financeiro, tecnológico e industrial de Portugal, cujos efeitos negativos só foram atenuados pelo empreendedorismo económico e político da Regeneração e do Fontismo, através de programas de modernização militar e de rearmamento, que obrigavam a atualizar os principais estabelecimentos fabris nacionais. Portugal conseguiu acompanhar sem considerável atraso os principais países europeus, ao nível do estriamento e da retrocarga. Contudo, a partir da década de 70 do século XIX, Portugal começa a evidenciar limitações, e entra numa fase de reduzida autonomia técnica e industrial, incapaz de produzir novo armamento, adotando uma política de aquisição de equipamento ou componentes ao estrangeiro, nomeadamente à Alemanha e França.