Browsing by Author "Penicela, Isidro"
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- Qual a influência da criação do Destacamento Feminino, nas Lutas de Libertação Nacional, para a Emancipação da Mulher em Moçambique?Publication . Penicela, IsidroO presente trabalho pretende responder à seguinte questão: “Que influência teve o Destacamento Feminino para a emancipação da mulher em Moçambique?”. Como objetivos foram apontados não só assinalar o protagonismo das mulheres na atual sociedade moçambicana, procurando compreender a relação que existe com a sua participação na luta armada, mas também sistematizar o papel assumid o pelo Destacamento Feminino, sem perder de vista as condições que motivaram essa participação e ao mesmo tempo inteirar - se dos estádios de emancipação. A metodologia utilizada foi qualitativa e baseou - se na pesquisa bibliográfica, apoiando - se também nas novas tecnologias para aceder aos documentos disponíveis na in ternet bem como para receber contributos de terceiros, a partir de Moçambique. Além disso, realizaram - se entrevistas (à distância) a mulheres que fizeram parte do Destacamento Feminino. A imposs ibilidade de nos deslocarmos a Moçambique para fazermos essas entrevistas diretamente , limitou a riqueza dos testemunhos apurados. Concluímos que a criação do Destacamento Feminino por parte da FRELIMO estava associada à concretização da revolução social. Visto que, quando este foi criado, pretendia envolver as mulheres no conflito, de forma a facilitar a sua posterior integração na vida política nacional após conquistada a independência. Em síntese a criação do Destacamento Feminino funcionou como um tram polim, na medida em que veio possibilitar a participação da mulher na luta armada enquadrada num “exército” regular, pondo - as lado a lado com os camaradas masculinos, o que serviu para quebrar as crenças de que as mulheres não eram capazes de desempenhar a s mesmas tarefas que os homens. No entanto, não pode ser atribuído total mérito da emancipação das mulheres na sociedade moçambicana à criação do Destacamento Feminino, porque se observarmos a partir do disposto neste trabalho foram as mulheres que reclama ram a sua integração na luta armada, exigindo que lhes fosse dado treino militar. Todavia, ainda que as mulheres gozem oficialmente de algum reconhecimento social, decorrente da sua participação na luta de libertação nacional, embora constituam a maioria da força de trabalho (se incluirmos o sector informal) e embora estejam representadas de modo significativo no Parlamento moçambicano, a igualdade de género apresenta ainda algumas lacunas, designadamente na educação. Além disso, a sua representação nas Fo rças Armadas, ao contrário do que se poderia esperar, não é numericamente significativa.