Browsing by Author "Afonso, Daniela Correia"
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- Caraterização de castas de importância regional dentro da sub-região vitivinícola de PortalegrePublication . Afonso, Daniela CorreiaO mundo da viticultura está permanentemente em mudança, havendo atualmente a preocupação de produzir vinhos diferenciados, que supreendam os consumidores, e preparar as vinhas para o desafio das alterações climáticas. Nesse sentido, as castas antigas, muitas delas quase abandonadas, têm sido alvo de diversos estudos, surgindo do passado como novas oportunidades. Este trabalho pretende caracterizar alguns clones regionais dessas castas antigamente usadas na subregião vitivinícola de Portalegre. Na Quinta da Cabaça, do concelho de Portalegre, foram estudadas 5 castas tintas (Periquita, Grand Bouschet, Grand Noir, Aragonez, Trincadeira) e 6 castas brancas (Assario, Roupeiro, Manteúdo, Fernão Pires, Tamarez, Arinto de Alcobaça), em amostras de 24 videiras por casta. Entre março e junho de 2022, foram registadas as datas de ocorrência dos estados fenológicos, 2 a 3 vezes por semana, usando a escala de Baggiolini. Foram também contados e medidos, por videira, os lançamentos anuais, no estado fenológico G, e o número de cachos, no estado fenológico L. Para avaliação da precocidade foram calculadas as somas de temperatura para alcançar cada estado fenológico e comparados os dias do ano em que cada casta atingiu determinado estado. Para cada casta, foi feita uma estimativa da produção de uvas por hectare, usando a metodologia das componentes de rendimento. As castas brancas mostraram-se mais precoces e apresentaram valores médios superiores no que toca ao comprimento dos lançamentos anuais e dos cachos, bem como da produção por hectare, distinguindo-se a casta Assario com uma produção potencial de 16,7 t/ha. As castas tintas, apesar de valores médios superiores quanto a número de lançamentos e de cachos por videira, apresentaram valores de produção mais baixos, sendo exceção a casta Grand Noir com uma produção estimada de 11,6 t/ha. De referir que as castas brancas Fernão Pires e Tamarez apresentaram produções potenciais estimadas em torno às 9,0 t/ha. Estes números são bastante expressivos, tendo em conta o facto da vinha não ser regada. Haverá que repetir este estudo, durante mais 2 ou 3 campanhas, para confirmar os valores registados. É de extrema importância que se conheçam e estudem estas castas antigas com importância, neste caso, para a região de Portalegre tendo em conta o paronama atual da viticultura.
- Perímetro de Rega da Apartadura: Estratégias para a SustentabilidadePublication . Afonso, Daniela Correia; Rodrigues, Francisco MondragãoO perímetro de rega da Apartadura está localizado na freguesia de São Salvador da Aramenha, concelho de Marvão. Abarca cerca de 400 ha e pouco mais de 250 parcelas geridas por 88 regantes. As parcelas são maioritariamente de pequenas dimensões, pois 84% tem menos de 2 ha. Apesar da variedade de solos presentes (10 famílias diferentes) praticamente todos apresentam grande aptidão para a agricultura de regadio, em particular os aluviossolos e os coluviossolos que, em conjunto, abarcam 50% da área do perímetro. A água é fornecida pela barragem da Apartadura que, mesmos nos últimos anos de seca, não teve dificuldades em disponibilizar toda a água necessária para a área beneficiada. Apesar destas condições excecionais para a agricultura de regadio, comparando os levantamentos da ocupação cultural de 2014 e de 2024, verificou-se uma extensificação da agricultura praticada, com o aumento das áreas de pastagem natural e das parcelas não cultivadas. Um número significativo de parcelas também é ocupado pela horta familiar. A restante área é ocupada por culturas tradicionais, algumas de rentabilidade limitada, observando-se, no geral, uma baixa produtividade da água usada na rega. A principal razão para esta situação reside na população envelhecida e com poucas qualificações, que constitui uma parte substancial dos regantes e que se mostra avessa à intensificação das práticas agrícolas, à adoção de novas culturas mais rentáveis e de modos de produção mais sustentáveis. Para uma alteração desta tendência propõese envolver a Câmara Municipal de Marvão e a Junta de Agricultores da Apartadura para dinamizar a agricultura, atrair empresários e jovens agricultores de outros concelhos que pratiquem uma agricultura moderna, mais intensiva, com novas culturas que permitam rentabilizar melhor a água do regadio. A reativação da Cooperativa Agrícola e Florestal do Porto da Espada e a criação de uma marca diferenciadora e unificadora “Produtos de Marvão” seriam o motor para a revitalização da agricultura no perímetro de rega da Apartadura, assegurando a sua sustentabilidade nas vertentes económica, ambiental e social.