EUVG - Dissertações do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária
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Browsing EUVG - Dissertações do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária by Author "Acabado, Beatriz Pastor Guerreiro"
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- Tratamento médico de cólicas em equinosPublication . Acabado, Beatriz Pastor Guerreiro; Crespo, Ana Inês RebeloA cólica em equinos é caracterizada por uma desordem digestiva de natureza multifatorial e complexa, que se manifesta através da dor abdominal aguda, não se traduzindo numa doença (Worku, Wondimagegn, Aklilu, Assefa, & Gizachew, 2017). É considerada uma urgência da prática clínica, uma vez que é a causa de elevadas taxas de morbilidade e mortalidade em equinos (Curtis et al., 2015). Os equinos são mais predispostos a ter cólicas do que as outras espécies devido a certas caraterísticas anatómicas da espécie: a túnica muscular que funciona como um esfíncter existente entre o esófago e a cárdia e que impede o vómito; o longo mesentério do intestino delgado (ID); o ceco terminar em saco cego; o cólon ascendente livre no abdómen; a diminuição de diâmetro na flexura pélvica (Blikslager, White II, Moore, & Mair, 2017). Muitos casos de cólica podem solucionar-se de forma espontânea ou através de uma resposta ao tratamento médico, no entanto, existe uma percentagem de casos que exigem intervenção cirúrgica (Curtis et al., 2015). Adicionalmente, algumas lesões gastrointestinais provenientes desta síndrome, podem levar a uma deterioração física rápida do animal podendo mesmo ser fatais. Nestes casos, torna-se fundamental o rápido reconhecimento dos sinais clínicos pelos donos e subsequentemente a assistência do veterinário de ambulatório para que seja realizado um bom diagnóstico (Scantlebury, Perkins, Pinchbeck, Archer, & Christley, 2014). Numa primeira abordagem á cólica o passo primordial é perceber se estamos perante um caso critico ou não (Taylor, Brazil, & Hillyer, 2010). Assim, é imprescindível ter-se em conta a intensidade dos sinais de dor, considerando que um animal em estado de cólica vai estar inquieto, constantemente a deitar-se e a levantar-se, rolar no chão, suar, relinchar, olhar para o flanco, pontapear o abdómen e em casos extremos atirar-se ao chão, tendo em atenção que na generalidade estes sinais são acompanhados de anorexia e depressão (Smith, 2015). O diagnóstico é habitualmente elaborado através de um procedimento que segue várias etapas, sendo elas uma anamnese inicial, o exame físico completo, palpação retal, entubação nasogástrica, ecografia e, por vezes, recolha de sangue e abdominocentese. A entubação nasogástrica também permite a realização do tratamento em alguns casos, como por exemplo, impactações de areia (Curtis et al., 2015). O tratamento médico de cólica consiste em atuar no alívio da dor através de aines, opioides, sedativos; de fluidoterapia; uso de laxantes como psílio, óleo mineral, sulfato de magnésio ou combinações destes e anti-helmínticos se houver suspeita de parasitismo (Curtis et al., 2015). Ainda existe uma grande percentagem de mortalidade associada a episódios de cólica, aspeto que pode dever-se a vários fatores, sendo eles, falta de acompanhamento dos casos, fluidoterapia inadequada para resolver a desidratação ou falha no balanço hidrolítico e perceção tardia dos sinais de cólica por parte dos donos. Nesta sequência, surge a pertinência de melhorar o acompanhamento por parte dos veterinários em colaboração com donos (Worku et al., 2017).