EUVG - Dissertações do Mestrado Integrado em Arquitetura
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Browsing EUVG - Dissertações do Mestrado Integrado em Arquitetura by Author "de Lima, Paulo André Coelho Beça Baltazar"
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- O espaço como resultado da percepçãoPublication . de Lima, Paulo André Coelho Beça Baltazar; Pinheiro, António Miguel RibeiroPorque temos sensações e experiências diferentes dependendo do espaço em que estamos? É o espaço que nos transmite sensações diferentes, ou somos nós que o carregamos de tal, preenchendo com a nossa própria experiência as lacunas que a percepção instintiva nos deixa? E se assim é, de que formas podemos utilizar a arquitectura para alterar percepções, e por outro lado, utilizar conceitos subjectivos para alterar a própria natureza conceptual do espaço, conferindo-lhe algo muito mais único e pessoal do que apenas um espaço inanimado, inerte, sem intenção nem consequência. O mundo que nos rodeia é imensuravelmente mais complexo do que aquilo que as nossas ferramentas naturais nos permitem ver. A visão focada e periférica são dois distintos elementos na nossa percepção do espaço físico que nos rodeia. Os nossos olhos vêem apenas um dos vários espectros de luz, e no entanto todos construímos uma realidade plausível conjuntamente, criando uma percepção conjunta de espaços que nos permite inter-socializar correctamente em cada um deles. O homem cria estes conceitos espaciais para melhor interagir, ou para melhorar o conforto, para o controlar ou para o disponibilizar. Por exemplo, é mais confortável para uma pessoa estar numa estação de metro às duas da manhã cheia de pessoas do que apenas com um indivíduo a 20 metros de distância. Isto deve-se às zonas de conforto espaciais. E prova que o tempo também é uma característica definidora dos espaços e dos seus sentidos. Todas estas criações da mente humana para gerir melhor a sua acção no mundo que a rodeia têm pontos comuns entre uma determinada sociedade, determinados em grande parte pela comunhão da linguagem e dos códigos que partilham. No entanto, a percepção conceptual de espaços depende intrinsecamente dos olhos de quem observa, e o seu conceito é grandemente definido pela sua experiência e pela sua vivência, pela sua cultura, pela sua memória e pela sua bagagem. Se a curiosidade e a procura de conhecimento são intrínsecas à condição humana, então tudo para lá da próxima colina, ao virar da esquina ou depois da porta cria uma expectativa e uma necessidade quase biológica que o homem tem de satisfazer. E as expectativas que criamos acabam por nos dar uma pré-visão mental, uma memória que construímos com a esperança de que a realidade se lhe assemelhe, ou pelo menos que se relaciona com ela de algum modo. De certa forma é um pouco esta pré-visão que nos ajuda a preencher os buracos da “nossa” percepção.