AM - CS - CPRI - Ciência Política e Relações Internacionais
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Browsing AM - CS - CPRI - Ciência Política e Relações Internacionais by Author "Fernandes, Pedro"
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- Adesão da Turquia à União Europeia: Uma Perspetiva GeopolíticaPublication . Fernandes, PedroA Turquia é um país que vê o seu território pertencer maioritariamente à Ásia. Porém uma pequena parte, a região de Istambul, integra o continente europeu. Delimitada pelo Mar Negro ligado pelos estreitos de Bósforo e de Dardanelos ao Mar de Mármara e pelos países do Cáucaso, esta nação apresenta uma elevada importância geopolítica. É neste contexto que o antigo Império Otomano apresenta fortes argumentos para alcançar o seu desejo de integrar a União Europeia. Entre estes, destaca-se uma potencialidade: a diversificação de fontes de abastecimento energético. Enquadrado em tal cenário, o presente trabalho de investigação tem por objetivo identificar as implicações energéticas da eventual adesão da Turquia à União Europeia para diminuir a sua dependência de Gás Natural da Rússia. Com vista a aferir esta proposição, dever-se-á percorrer um trajeto constituído por diversas variáveis em análise entendidas como importantes para esta verificação. Para tal optou-se por uma abordagem à problemática de natureza dedutiva, partindo-se do geral para o particular de modo a refutar ou corroborar as hipóteses, através do relacionamento dos dados obtidos. Utilizou-se análise de conteúdo, entrevistas e uma entrevista exploratória. A partir da revisão de literatura efetuada, verificou-se que: numa perspetiva macro, os vários autores da Geopolítica estudados apontam a região do antigo Império Otomano como uma região de extrema importância no mundo. Com a análise de alguns fatores geopolíticos destacaram-se as potencialidades deste espaço, especialmente no que concerne ao seu posicionamento central, à posse dos estreitos de Bósforo e Dardanelos e ao seu elevado crescimento económico. Tendo em conta que a União Europeia é dependente da Rússia ao nível do abastecimento do gás natural, a Turquia surge como uma porta de acesso a fontes alternativas deste recurso. Deste modo, os projetos South Stream e Nabucco apresentam visões díspares da interpretação de segurança energética da União Europeia: no primeiro procura-se a diversificação de itinerários; no segundo procura-se, para além da diversificação de itinerários, a diversidade de fontes de abastecimento. Com a análise das entrevistas constatou-se que a Turquia tem uma posição geográfica que lhe confere o estatuto de ponto de passagem incontornável, para a União Europeia, das maiores reservas de hidrocarbonetos do mundo. Verificou-se também que a sua eventual adesão representaria um alívio da dependência russa com o estabelecimento de alternativas no que concerne ao gás natural. A Turquia, devido à sua posição geográfica, controla os estreitos de Bósforo e Dardanelos e dada a sua proximidade das maiores reservas de gás natural do mundo, à existência de extensas condutas no seu território e ao controlo das vias de comunicação marítimas entre o Mediterrâneo e o Mar Negro, assume uma posição de ator incontornável nas relações entre a Europa e a Ásia. Estes fatores, aliados à sua intenção de pertencer à União Europeia são elementos que podem tornar-se decisivos na decisão final dos países europeus na aceitação da sua pretensão.
