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Browsing IPS - ESTS – BIBLIOTECA by Author "Alpalhão, José Miguel Crispim"
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- O preço do combate à pobreza energética: o caso das moradias estilo emigrantePublication . Alpalhão, José Miguel Crispim; Duarte, RogérioNas últimas décadas tem-se verificado uma melhoria nas condições de vida da população e uma preocupação crescente com o bem-estar e a saúde dos indivíduos. Assegurados os cuidados primários de saúde, em sociedades onde os recursos abundam, outros fatores tornam-se objeto de atenção das políticas públicas, nomeadamente, o conforto térmico nas habitações. No entanto, reunir as condições necessárias para garantir um nível de conforto térmico satisfatório significa, na maioria dos casos, um investimento elevado e um aumento do consumo de energia. Um cenário com elevada agravante se considerarmos a fraca qualidade das soluções construtivas que caracterizam o edificado nacional anterior aos anos 1990. O conceito de pobreza energética introduzido em 1991 por Brenda Boardman tem ganho a atenção de políticos e da opinião pública europeia, realçando o elo que existe entre saúde, conforto térmico nas habitações, poder de compra e custo da energia (um “bem” essencial). Existe a tendência para situar a problemática da pobreza energética nas habitações sociais e nos estratos mais pobres da população. Contudo, face à fraca qualidade da construção nacional anterior a 1990, em Portugal, pode dizer-se que a pobreza energética é muito mais comum do que se possa pensar. Neste documento iremos tratar o caso concreto de moradias ao estilo emigrante. Um tipo de moradias muito abundante no norte de Portugal, moradias construídas até aos anos 1990, sobredimensionadas, habitadas em geral por pensionistas (emigrantes), hoje em dia e, em muitos casos, descapitalizados. Através de simulação dinâmica, utilizando o software DesignBuilder, caracteriza-se o conforto térmico através de um indicador de graus-hora de desconforto. Estudam-se diferentes cenários de reabilitação, que se associam a custos para compreender o esforço financeiro exigido para atingir um patamar decente de bem-estar e salubridade. Os resultados obtidos apontam para uma forte probabilidade a pobreza energética nas moradias ao estilo emigrante. Com efeito, pela reabilitação térmica da envolvente exterior, pela adoção de sistemas de aquecimento centralizado, conseguem-se reduções significativas do desconforto nas habitações, porém, o custo associado torna improvável a reabilitação. Conclui se ficar a redução da pobreza energética muito dependente de medidas de incentivo à reabilitação com subsídios ou benefícios fiscais.