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Authors
Lima, David Baptista
Abstract(s)
motivarem a “dar sempre o meu máximo, na mínima tarefa que faço.” vi
RESUMO
O objetivo do presente Trabalho de Investigação Aplicada (TIA) é analisar a
necessidade, possibilidade e diferentes opções para a implementação de infraestruturas e
tecnologias de treino de Combate em Áreas Edificadas (CAU) com munição real, nas
unidades de formação, particularmente na Escola das Armas no Centro de Formação e
Treino de Combate em Áreas Urbanas (CFT CAU), nas Unidades Operacionais e para
treino das Forças Nacionais Destacadas (FND) do Exército Português.
De forma a perceber o ponto de situação atual do Exército Português e do estado da
arte em Portugal sobre o tema, foi primariamente analisado o correntemente aplicado como
método de treino de CAU e os meios que se apresentam disponíveis nas unidades de
formação. De seguida, recorreu-se a uma análise às infraestruturas e tecnologias para esta
tipologia de treino, utilizadas em países pertencentes à NATO, de referência na área do
Combate em Áreas Urbanas e a países e instituições internacionais que se destacam neste
campo.
Após essa investigação à atualidade do treino de CAU nesses centros de referência,
foram realizadas entrevistas, com três guiões diferentes, cada um direcionado a oficiais
com funções numa área do Exército onde identifiquem as necessidades de treino. O
primeiro guião, destinado a oficiais relacionados com o desenvolver e a formação no CFT
CAU, conhecido como “Aldeia de Camões”, na Escola das Armas, de forma a identificar
os requisitos a cumprir para a implementação desta forma de treino e a avaliar a
possibilidade da implementação destas tecnologias no CFT CAU. O segundo, destinado a
oficiais que foram comandantes de companhias em FND no Teatro de Operações (TO) do
Afeganistão e da República Centro Africana, a fim de identificar as necessidades de treino
das FND na área do CAU, a necessidade do uso de munição real neste treino e a
comparação com os métodos que foi possível aplicar no aprontamento da força. E o
terceiro guião, destinado a oficiais das Operações Especiais, peritos na área do combate em
áreas urbanas, sendo a força que mais o treina e em que o seu modus operandi é baseado na
aplicação das técnicas mais avançadas de combate em todas as tipologias de terreno, com
destaque para o combate em espaços confinados.
Foram também realizados testes balísticos, na fase experimental, às borrachas
balísticas (ballistic rubber) que, juntamente com placas de aço balístico, formam a
blindagem das “Shooting House” e das carreiras de tiro internas dos centros de treino mais vii
avançados a nível mundial, existentes também na carreira de tiro interna da Polícia
Judiciária e do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia de Segurança Pública
(PSP) e no Grupo de Intervenção e Operações Especiais (GIOE) da Guarda Nacional
Republicana (GNR). Nestes testes, para além das borrachas desenvolvidas por empresas de
referência na área da defesa, foram testadas borrachas recicladas por empresas
portuguesas, para uma possível futura parceria com o Centro de Investigação da Academia
Militar (CINAMIL), o Exército Português essas empresas, no desenvolvimento de
borrachas para esses fins em Portugal, de forma a reduzir os custos e promover o
desenvolvimento da indústria militar portuguesa, os centros de investigação do Exército
Português neste caso.
Durante os testes balísticos, os resultados de ambas as tecnologias foram positivos,
sendo que as borrachas profissionais apresentavam uma melhor regeneração e menor
desgaste que as recicladas, que também realizaram com distinção a dissipação da energia e
o eliminar a possibilidade de ricochetes e estilhaços a ser projetados para zonas de perigo.
Com os resultados obtidos nesta investigação, foi através da sua análise, concluído
que atualmente, devido à tipologia de combate com que os militares portugueses se
deparam atualmente nos teatros de operações e cada vez mais vão encontrar em situações
futuras, o treino de CAU com munição real é uma necessidade básica na preparação das
forças operacionais. Foram também destacadas as lacunas neste treino, devido à falta de
meios para um treino completo das forças nesta área, levando os militares das FND a
experimentar várias situações de combate em zonas urbanizadas pela primeira vez quando
se encontram na efetividade do combate com o inimigo, e à Força de Operações Especiais,
a ter que recorrer a forças fora do Exército para a possibilidade de um treino mais
completo, dependendo destas para a formação dos seus militares.
A nível de tecnologias para a realização de tiro em espaços confinados, foi
destacada a necessidade da criação de uma “Shooting House”, idealmente com aço
balístico e ballistic rubber, com características modulares e com captura de imagem e som
a cobrir todas as instalações, e devido a limitações monetárias, à opção da aquisição de
uma “Shooting House” em Hesco Bastion, atualmente em processo de proposta de
aquisição à SODARCA pelo 2º Batalhão de Infantaria Paraquedista. Este complexo conta
com uma carreira de tiro para armas ligeiras em Hesco Bastion e junto a esta, uma
“Shooting House” não modular na mesma tecnologia, que permite a execução de tiro com viii
o armamento orgânico das secções de atiradores, em alvos, que idealmente estão montados
em Bullet Traps de forma a não desgastar as paredes do complexo de treino.
Foi também destacada a necessidade da aquisição de sistemas de Munição Real
Menos Letal de treino, Simunition ou UTM, tanto em separado como em conjunto com a
“Shooting House”, para a possibilidade de para além de treino Force-on-Target, a prática
de treino Force-on-force, atualmente impossível no Exército Português com o disparo de
munição real, treino este que se demonstra como o mais realista e mais versátil devido à
existência de uma força opositora, treinada, que age e reage como qualquer inimigo que
esta força possa encontrar em operações reais. Capacita também as unidades operacionais
o treino de Shoot/no Shoot, que é extremamente necessário para as operações da atualidade
onde o inimigo se mascara no meio da população e os militares têm que decidir numa
fração de segundo, se a pessoa do outro lado do cano da sua arma é uma ameaça ou um
civil que está no local errado à hora errada
Description
Keywords
Combate em Ambiente Urbano Formação e treino Munição Real; Force-on-Force/ Force-on-Target.