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Abstract(s)
Os doentes renais enfrentam uma variedade de problemas, físicos e psicossociais que requerem vigilância e tratamento adequado, capaz de promover a sua adaptação progressiva e sustentada às contrariedades e desafios decorrentes da doença.
O número de pessoas com doenças renais têm vindo a aumentar, a etiologia destas é multifactorial, em parte associada ao envelhecimento da população e decorrente das co-morbilidades associadas. Acresce que as pessoas vivem mais e melhor, e houve significativos avanços no tratamento e aumento crescente da oferta de cuidados, conseguindo-se significativa diminuição na progressão das doenças.
A eficaz articulação e complementaridade entre os diversos intervenientes do sistema de saúde, desde políticos, profissionais de saúde e doentes, traduz-se em ganhos para a saúde e qualidade de vida destes doentes, permitindo-lhes conviver melhor com a sua doença e geri-la da melhor forma possível promovendo, assim a sua autonomia para controlar a sua própria saúde.
A insuficiência renal é uma situação clínica caracterizada por uma perda maior ou menor da função renal. A insuficiência renal aguda (IRA) caracteriza-se pela rápida perda da função renal em consequência de danos renais, resultando em retenção de produtos de degradação nitrogenados como a creatinina e a ureia e produtos não nitrogenados, que normalmente são excretados pelo rim. A insuficiência renal crónica (IRC) caracteriza-se pela deterioração progressiva e irreversível da função renal, onde os mecanismos homeostáticos entram em falência, resultando em urémia (SAES, 1999). As causas principais do IRC são: glomerulonefrites crónicas, pielonefrites crónicas, hipertensão arterial, rim poliquístico, diabetes e entre outras (BARROS e SANTOS, 2001).
Perante o quadro de insuficiência renal, é frequentemente necessário realizar hemodiálise, que consiste no processo de remoção de produtos de degradação nitrogenados e não nitrogenados acumulados no sangue, através de um tipo de circulação extra-corporal, onde são utilizados filtros de baixa permeabilidade de forma intermitente para remoção de substâncias de baixo peso molecular no sangue (KNOBEL, 1999). Porém em caso de insuficiência renal crónica, este tipo de tratamento não regenera a função renal, nem compensa as perdas das actividades metabólicas ou endócrinas dos rins. A diálise deverá ser feita pelo resto da vida, a menos que o doente seja submetido a um transplante renal (SAES, 1999).
A segurança e eficácia deste método de tratamento de substituição da função renal têm conhecido um progresso contínuo, tornando-o seguro e capaz de manter a vida
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destas pessoas por longos períodos. Mas, esta evolução não é suficiente para evitar as complicações do tratamento, da doença renal e das co-morbilidades.
Neste relatório descrevo as minhas actividades nos estágios do 1º Curso de Mestrado em Enfermagem Área de Especialização em Enfermagem Médico-cirúrgica, Área específica de intervenção, Enfermagem Nefrológica, da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Neste sentido elaborei um plano de actividades adequado ao problema em estudo, articulação entre serviços de origem e a Unidade de Urgência Médica na abordagem da pessoa com doença renal em hemodiálise.
Esta componente prática do curso compreendeu dois períodos de estágio: o primeiro na Unidade de Urgência Médica (UUM) do Centro Hospitalar de Lisboa Central, Entidade Pública Empresarial (CHLC, E.P.E.) e o segundo no Serviço de Urgência polivalente (SU) da mesma instituição.
A complexidade do doente renal requer uma abordagem interprofissional e intersectorial, como tal considerei oportuno a realização do ensino clínico nestes serviços, como forma de desenvolver competências no domínio da responsabilidade profissional, ética e legal, na melhoria contínua dos cuidados, na gestão de cuidados e no desenvolvimento de aprendizagens profissionais, baseado no modelo de actividades de vida desenvolvimento por Nancy Rooper. E também como forma de melhorar a articulação interprofissional e intersectorial entre serviços, e deste modo aperfeiçoar a assistência ao doente renal em hemodiálise.
Neste relatório descrevo as actividades em cada um dos campos de estágio e as implementações sugeridas. Enumero os objectivos e finalidade, reflicto sobre a pertinência das actividades desenvolvidas, identifico as lacunas e áreas de intervenção a desenvolver futuramente no contexto de actuação na área da enfermagem médico-cirúrgica, vertente de nefrologia e descrevo as competências adquiridas.
Os dois períodos de estágio foram muito proveitosos, pois permitiram-me abrir novas perspectivas no campo da enfermagem médico-cirúrgica, vertente de nefrologia e fomentarão uma interligação e reflexão da minha experiência profissional.
Description
Mestrado, Enfermagem Médico-Cirúrgica - Enfermagem Nefrológica, 2011, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
Keywords
Hemodiálise Complicações Enfermagem Registos de enfermagem Nefrologia