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Introdução: As características especiais do utente obeso e a especificidade da cirurgia bariátrica requerem a existência de unidades cirúrgicas diferenciadas, assentes num trabalho de equipa multidisciplinar, mas não são conhecidos estudos sobre o papel do fisioterapeuta na adesão dos utentes de unidades hospitalares de cirurgia bariátrica à prática de atividade física (AF), sendo esta um fator determinante na manutenção ponderal após cirurgia bariátrica. Objetivo: Investigar se o acompanhamento numa equipa de cirurgia bariátrica com fisioterapeuta está associado a um aumento da adesão à AF após um ano de cirurgia.
Materiais e métodos: Selecionaram-se todos os utentes operados pela equipa de cirurgia bariátrica do CHULC, com idade igual ou superior a 18 anos, em dois anos distintos: em 2013 (128 utentes), sem fisioterapeuta na equipa, e em 2018, (276 utentes), já com fisioterapeuta na equipa. Foi feita a análise de conteúdo dos registos da AF constantes nos processos clínicos individuais desses utentes, por três avaliadores independentes, que atribuíram um score com recurso à escala RAPA (Rapid Assessment of Physical Activity) na sua componente de Atividade Aeróbica (RAPA 1). Cada uma das duas amostras foi avaliada em dois momentos: o primeiro na fase pré-operatória, em que se iniciou o acompanhamento pela equipa multidisciplinar (momento A) e o segundo na fase de acompanhamento pós-operatório, cerca de um ano após a cirurgia (momento B). A comparação dos valores em cada amostra foi realizada através do teste de Wilcoxon. Na comparação entre a evolução da AF em 2013 com a evolução da AF em 2018, utilizou-se o teste Qui-quadrado. Para averiguar quais as variáveis independentes que podem ser preditoras de adesão à AF, foi usada a regressão logística, utilizando os testes Hosmer e Lemesshow, para verificar o ajustamento do modelo, e o teste de Wald, para verificar quais as variáveis independentes que são significativas. Resultados: Um ano após a cirurgia, na amostra com fisioterapeuta na equipa, 58,2% dos utentes melhoraram o seu nível de adesão à prática de AF (W= -6,432, p= 0,000), enquanto na outra amostra, sem fisioterapeuta na equipa, foram 36,6 % (W= 3,340, p= 0,001); Um ano após a cirurgia, na equipa com fisioterapeuta, o número de utentes a praticar AF moderada ou vigorosa com regularidade era praticamente o dobro (59,6%) do que na equipa sem fisioterapeuta (31,7%). A regressão logística efetuada, onde se juntaram as duas amostras e se consideraram como variáveis independentes as características dos pacientes, (género, idade, meio onde reside, estado civil e condição face ao trabalho), e a existência, ou não, de fisioterapeuta na equipa, e como variável dependente a AF, (piorou ou manteve AF vs melhorou AF), revelou que a única variável independente preditora da adesão à AF foi a presença de fisioterapeuta na equipa, (Wald = 6,391, p = 0,011), não se verificando influência nas características de género, idade, meio onde reside, estado civil e condição laboral (p > 0,05). Conclusão: Perante os resultados obtidos, considerou-se que a presença do fisioterapeuta, nos anos estudados, contribuiu para aumentar os níveis de adesão à prática de atividade física.
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Fisioterapeuta Obesidade Cirurgia bariátrica Atividade física