Dificuldades na implementação das normas internacionais IAS IFRS no setor empresarial público angolano

Queta, Alcirene Núria Gaspar

http://hdl.handle.net/10400.26/44269

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Authors

Queta, Alcirene Núria Gaspar

Advisor(s)

Alberto, Fernanda Cristina Pedrosa

Abstract(s)

Nos dias de hoje as empresas encontram-se a passar um momento incomparável, devido à globalização dos mercados e à consequente internacionalização dos negócios, no qual a informação financeira se tornou um recurso fundamental para o seu sucesso. Neste sentido, é importante que o seu relato financeiro seja efetuado de forma célere, transparente e objetiva, tendo como base normas consideradas de qualidade e de ampla utilização, como é o caso das normas internacionais de contabilidade, as International Accounting Standards (IAS) e as International Financial Reporting Standards (IFRS), emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB). Apesar destas normas permitirem a harmonização contabilística a nível internacional, todo o processo de adoção interna, num determinado país, encontra-se profundamente dependente de vários fatores (políticos, culturais, económicos e sociais), que podem resultar em barreiras à adoção destas normas. No caso de Angola, a implementação destas normas ainda não está estendida com caráter obrigatório, pese reconhecer-se as vantagens e algumas pressões externas nesse sentido. Deste modo, a presente investigação tem como objetivo identificar as dificuldades na implementação das normas internacionais IAS/IFRS no Setor Empresarial Público Angolano (SEPA). Para o efeito, realizou-se uma investigação assente na metodologia qualitativa, aplicando-se entrevistas a contabilistas, alguns também com funções de gestão e ligados a organizações profissionais da área, integrantes do SEPA. Os resultados demonstram que uma das principais dificuldades na implementação das normas internacionais IAS/IFRS no SEPA prende-se com um certo desinteresse por parte dos órgãos competentes em adequar o atual normativo contabilístico ao enquadramento contabilístico internacional. Também as chefias, devido ao excesso de trabalho, não têm disponibilidade para fazer esta adaptação de forma contínua. Para ultrapassar estas dificuldades, a formação dos recursos humanos, assim como o recurso a entidades estrangeiras que já passaram por este processo parece ser essencial. No entanto, para essa adaptação, é fundamental o envolvimento das entidades competentes, como é o caso do Ministério das Finanças. A presente investigação constitui uma importante ajuda no sentido da harmonização contabilística em Angola, uma vez que identifica os principais obstáculos e barreiras para que esta aconteça, ajudando, deste modo, as entidades competentes, como a Ordem dos vi Contabilistas Angolanos, a definir estratégias para que estes sejam mitigados e resolvidos e a harmonização contabilística possa efetivamente acontecer.