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Abstract(s)
O estudo aqui relatado inscreve-se no domínio do autocuidado, mais
concretamente na reconstrução da autonomia da pessoa com dependência no
autocuidado. O autocuidado constitui-se como uma área de extrema relevância para a
profissão e disciplina de enfermagem, pelo que o tema emergiu da preocupação que esta
problemática tem suscitado na comunidade científica e profissional.
O estudo realizado teve por finalidade contribuir para a expansão do conhecimento
sobre alguns dos fatores envolvidos na reconstrução da autonomia da pessoa com
dependência no autocuidado. Os objetivos centrais que dirigiram o estudo foram: a)
caracterizar a dependência no autocuidado na alta; b) avaliar a forma como evoluiu a
dependência ao fim de três meses; c) comparar a forma como evoluiu a dependência no
autocuidado com o juízo clínico do enfermeiro acerca do potencial de reconstrução da
autonomia; e d) explorar as associações entre os fatores que podem influenciar a
reconstrução da autonomia e a evolução da dependência, ao fim de três meses.
Foi realizado um estudo de perfil quantitativo, do tipo exploratório e descritivo,
com carácter longitudinal. A investigação foi desenvolvida nos serviços de medicina do
Centro Hospitalar Póvoa do Varzim/ Vila do Conde, com uma amostra não probabilística de
conveniência constituída por 60 pessoas com dependência no autocuidado e respetivos
membros da família prestadores de cuidados.
Os resultados apurados mostram-nos que, ao fim de três meses, a maioria dos
dependentes evoluiu favoravelmente, em termos de nível de dependência no autocuidado,
excedendo o juízo clínico do enfermeiro (formulado no momento da alta) acerca do seu
potencial de reconstrução da autonomia no autocuidado. Os clientes com evoluções mais
favoráveis na sua autonomia no autocuidado foram aqueles com maior envolvimento no
seu processo de transição, com maior capacidade para tomar decisões, com uma maior
perceção de acesso a recursos da comunidade e com uma atitude mais positiva face ao
plano terapêutico que lhes foi proposto. Para além disso, foram pessoas que durante os
três meses seguintes ao internamento mais iniciativa tiveram para procurar informação
sobre a sua condição de saúde e beneficiaram do apoio de familiares que, mais que os
substituir, os desafiam a ser autónomos.
Estes resultados indicam-nos a necessidade de não circunscrever as abordagens
terapêuticas de enfermagem aos aspetos fisiopatológicos que resultam dos quadros que
determinam a instalação de dependência no autocuidado.
Palavras-chave: autocuidado, dependência; reconstrução da autonomia; juízo clínico do
enfermeiro; transição
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Keywords
Autocuidado Autonomia