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Na sociedade atual, com a inversão da pirâmide etária cada vez mais se fala em
alterações da cognição, com repercussões graves a nível de saúde.
Atualmente discute-se uma nova entidade diagnóstica que se encontra no estádio
entre o envelhecimento normal e patológico, com uma significativa progressão para
demência – o défice cognitivo ligeiro.
Nos últimos anos têm surgido alguns investigadores centrados na valorização das
intervenções que estimulam a cognição, baseadas no pressuposto de que o défice cognitivo
ligeiro (DCL) se constitui como um grande fator de risco para o desenvolvimento de
demência. Contudo, ainda não existe um consenso efetivo sobre as técnicas e intervenções
que revelam uma maior efetividade. Acresce o facto da maioria das intervenções não
serem implementadas de forma sistematizada, o que dificulta a sua avaliação. Deste modo
e perante os novos desafios que se colocam em termos de cuidados de saúde e
comunitários, este estudo de investigação incide sobre uma avaliação de um programa de
estimulação cognitiva para idosos com défice cognitivo ligeiro, com intervenções
sistematizadas.
Objetivo: Avaliar a efetividade de um programa de estimulação cognitiva em idosos com
défice cognitivo ligeiro.
Método: Optou-se por um estudo quase-experimental, com desenho pré e pós-teste e
grupo controlo e de carácter quantitativo. Participaram no estudo 17 idosos com DCL
incluídos no grupo experimental e 16 idosos com DCL incluídos no grupo controlo. Os
participantes do grupo experimental foram alvo de um programa de estimulação cognitiva
O instrumento utilizado para avaliação no pré e pós-teste permitiu recolher informações
sociodemográficas e clínicas, tendo sido utilizados três instrumentos para avaliação
cognitiva e dois instrumentos para avaliação funcional: Mini Exame do Estado Mental, Teste
do Relógio, Escala de avaliação de Demência, Índice de Lawton & Brody e Índice de Barthel.
Resultados: Os principais resultados demonstraram, após a avaliação entre o pré e pósteste
no grupo experimental e entre o pós-teste de ambos os grupos, uma melhoria a nível
da orientação, da memória a curto prazo, da linguagem e da orientação visuo-espacial. Não
foram percetíveis alterações a nível das atividades de vida diárias e instrumentais. No grupo
controlo não se verificaram alterações a nível cognitivo e funcional. Foi notória no grupo
experimental uma significativa melhoria na utilização das estratégias da memória,
essencialmente as externas, bem como uma melhoria na associação face-nome.
Conclusões: A implementação de um programa de estimulação da cognição é fundamental
em pessoas com défice cognitivo ligeiro, de modo a potenciar a cognição, melhorar a
autonomia e minimizar o impacte dos défices.
A implementação do programa revelou ganhos em saúde, passíveis de serem traduzidos em
indicadores de resultados sensíveis à intervenção de Enfermagem.
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Keywords
Envelhecimento Défice cognitivo