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O Impacto Psicológico das Operações Militares Internacionais nos Militares Portugueses Pós-Deslocamento

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O presente Trabalho de Investigação Aplicada, intitulado “O Impacto Psicológico das Operações Militares Internacionais nos Militares Portugueses Pós-Deslocamento”, tem como principal objetivo caracterizar o impacto psicológico nos militares portugueses, no seguimento da sua participação em forças nacionais destacadas (FND), debruçando se sobre os casos de estudo da 3.ª e da 6.ª FND da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA). Deste modo, pretende-se identificar os desafios associados ao teatro de operações (TO) da República Centro Africana (RCA), apresentando os sinais de impacto psicológico que se manifestam no período de pós-deslocamento. Adicionalmente, são propostas alterações às medidas e práticas institucionais, com o propósito de reforçar os mecanismos suporte psicológico destinados aos militares que regressam desta tipologia de FND, tendo como referência os testemunhos dos mesmos. A investigação assenta num estudo de casos múltiplos (Yin, 2018), com uma abordagem qualitativa, centrada nas experiências relatadas pelos militares da 3.ª e 6.ª FND. A investigação incluiu análise documental, seguida da realização de entrevistas semiestruturadas a 21 militares que integraram um ou ambos os contingentes, e subsequentemente, a respetiva análise de conteúdo. As entrevistas procuraram inquirir as perceções dos entrevistados relativamente à sua exposição ao stress operacional, dificuldades de reintegração e manutenção do equilíbrio psicológico no pós deslocamento, e ainda, as suas sugestões de melhoria do apoio a nível institucional. Os resultados obtidos demonstram que a participação na QRF da MINUSCA pode estar associada ao desenvolvimento de sintomas como a irritabilidade, perturbações do sono, ansiedade, sentimentos de culpa, flashbacks e dificuldades no processo de readaptação. Entre os fatores de risco identificados, destacam-se a exposição a situações de combate, o isolamento familiar e a precariedade das condições no TO. Foram ainda identificados eventos potencialmente traumáticos e impactantes a nível psicológico e emocional, como o contacto com feridos ou mortos, a exposição ao sofrimento humano e a exposição prolongada a situações de perigo. Por outro lado, o contacto com a família, a coesão de grupo e o apoio entre militares revelaram-se fatores protetores relevantes, tendo um efeito apaziguador do impacto dos eventos potencialmente traumáticos, particularmente no período de deslocamento. As recomendações sugeridas pelos vi entrevistados incluem a normalização do conceito de saúde mental no contexto militar, uma maior personalização do processo de preparação psicológica no período de pré deslocamento, a introdução de métodos de acompanhamento psicológico longitudinais no período de pós deslocamento e a inclusão de elementos qualificados na ordem de batalha, permitindo um apoio próximo e profissional nas fases de pré-deslocamento, deslocamento e pós-deslocamento.

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