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O aumento da população idosa associada ao aumento da longevidade e, por conseguinte, à maior prevalência de situações de dependência veio enaltecer a importância da área dos cuidados na esfera social. Neste âmbito, os cuidadores formais (CF) constituem indivíduos cuja actividade profissional se centra na prestação de cuidados de forma digna e qualificada em instituições geriátricas, quer sejam de carácter público ou privado. Dada a importância que se atribui ao “permanecer no domicílio” o máximo de tempo possível, evitando desta forma a institucionalização, dentro dos serviços sociais prestados aos mais velhos, a resposta social de Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) tem assumido um papel fundamental. O objetivo da presente dissertação é analisar as vivências emocionais dos CF em resposta social de SAD. Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa, cuja amostra foi constituída por 34 CF inseridos na resposta social de SAD em várias instituições geriátricas do concelho de Paredes. Para a recolha dos dados foi utilizado um questionário sociodemográfico e uma entrevista individual semiestruturada sobre a experiência dos CF na resposta de SAD. Os principais resultados apontam para a existência de múltiplos obstáculos que se centram (i) na escassez de condições diversas com que os CF se deparam no domicílio dos clientes (n=20) (e.g. condições habitacionais, escassez de recursos humanos e condições climatérica, que dificultam o exercício da atividade e os resultados pretendidas), (ii) no encarar os beneficiários de SAD como mais necessitados (n=20) quando em comparação com os utentes de outros serviços, e (iii) no afastamento da ideia que lidam com “clientes” do serviço (n=34), facto presente na criação de laços afetivos de grande proximidade, quase familiares, com os beneficiários do SAD. Verifica-se que as principais dificuldades provêm das particularidades, quer da resposta social, quer dos beneficiários dos cuidados, que geram consequências a nível pessoal dos profissionais (e.g. sintomatologia física e cansaço provocado pelas actividades da profissão, agravamento/aparecimento de doenças, sentimento de culpa/impotência, sentimento de responsabilidade acrescida, …) e uma dificuldade na gestão das mesmas (e.g. encarar os clientes como tal, criando uma barreira entre vida pessoal e profissional…) Pese embora este impacto, a totalidade das entrevistadas manifestou gostar do tipo de trabalho que desenvolve, sendo que a grande maioria (n=31) não tenciona mudar de profissão. Deste trabalho conclui-se uma necessidade das instituições geriátricas direcionarem maior atenção a este grupo de profissionais, nomeadamente às dificuldades na gestão emocional subjacente ao trabalho que desenvolvem. Sendo os CF o principal vínculo relacional entre o idoso-instituição (e idoso-mundo exterior num número expressivo de vezes), é importante que estejam emocionalmente estáveis, pois desta forma garante-se melhores cuidados às pessoas idosas e vida pessoal destes profissionais.
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Cuidadores formais Serviço de apoio domiciliário