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Sintomatologia psiquiátrica do cuidador informal

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O envelhecimento e as doenças degenerativas caracterizam-se por uma progressiva deterioração cognitiva, funcional e emocional que interfere nas ABVD e na qualidade de vida do indivíduo. A perda progressiva da independência obriga, de forma natural ou não, que alguém assuma o papel de cuidador. Esse papel recai habitualmente sobre a família e em particular sobre as mulheres que tradicionalmente adoptam essa posição. Cuidar de uma pessoa dependente é um processo complexo que envolve situações potenciadoras e/ou responsáveis por alterações na saúde e bem-estar do CI. Este estudo apoia-se na teoria do stress e das transições, tendo como objectivo compreender a relação entre sintomatologia psiquiátrica dos cuidadores informais dos doentes dependentes e o cuidar. Para além disso, pretende ainda analisar a sua relação com as variáveis sociodemográficas de contexto e clínica. Para atingir estes objectivos optou-se por um estudo quantitativo de carácter exploratório e transversal. Através de uma entrevista estruturada aplicou-se um questionário para recolha da informação sociodemográfica, de contexto e clínica, e dois instrumentos, já validados, para a população portuguesa:  Escala de actividades de vida diária de Lawton e Brody aplicada a pessoas com dependência;  BSI aplicada aos cuidadores informais. Participaram no estudo 72 cuidadores informais. Os principais resultados válidos à questão colocada e que dão título ao trabalho, ou seja, “a existência de sintomatologia psiquiátrica nos cuidadores informais de doentes dependentes inscritos numa Unidade Saúde Familiar do distrito de Aveiro”, são semelhantes aos de alguns estudos nacionais, designadamente o facto dos cuidadores informais serem maioritariamente do sexo feminino, com 59 anos de idade, de baixa escolaridade, domésticas, prestando cuidados numa média de 5 h/dia, há mais de 6 anos. Cuidam sozinhas de idosos com uma média de 75 anos, moderadamente dependentes e recebem apoio instrumental. Estes cuidadores apresentam níveis médios superiores, comparativamente à população geral, de ideação paranóide, depressão e ansiedade. Apelam frequentemente para a necessidade de serem substituídos temporariamente no desempenho das suas funções. As diferentes experiências, relativas ao processo de cuidar, oferecem uma melhor compreensão dos determinantes psicossociais do bem-estar subjectivo, da saúde e qualidade de vida dos cuidadores e um leque de possibilidades de intervenção, que só assim promovem a qualidade de vida ao cuidador informal. A complexidade e a natureza dinâmica da prestação de cuidados ressaltam a importância de avaliação sistemática do cuidador, como parte da prática dos profissionais de saúde. Embora os responsáveis e decisores políticos reconheçam o papel central que os cuidadores informais desempenham na coordenação e prestação de cuidados de longa duração a pessoas dependentes, dão pouca atenção à avaliação sistemática da situação e do bem-estar do cuidador para determinar a assistência que o cuidador pode precisar. Palavras-chave: Cuidador Informal; Sintomatologia Psiquiátrica; Dependência.

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Sintomatologia psiquiátrica Cuidador informal

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