A conciliação entre a família e o trabalho na perspetiva de trabalhadoras do setor do retalho

Arcângelo, Ana Catarina de Sousa

http://hdl.handle.net/10400.26/53040

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Authors

Arcângelo, Ana Catarina de Sousa

Advisor(s)

Roque, Helena

Abstract(s)

A participação do género feminino no mercado de trabalho tem crescido em grande escala nas últimas décadas (Abrantes, 2013), o que permitiu evidenciar a discriminação de género e uma segregação no mercado de trabalho (Lopes et al., 2023). Este crescimento da sociedade agravou ainda, a capacidade das famílias em conciliar o trabalho com a familiar, encontrando, vários desafios ao nível destas esferas (Sorj et al., 2007). Assim sendo, o presente estudo tem como principal objetivo “Analisar a conciliação entre a vida familiar e profissional na perspetiva das trabalhadoras do setor do retalho”, tendo como objetivos específicos caracterizar o setor do retalho; caracterizar socio demograficamente as entrevistadas; analisar a situação profissional das entrevistadas; caracterizar a conciliação da vida familiar e profissional; analisar de que forma é utilizado o tempo diário das entrevistadas; perceber quais os tipos de apoio utilizados pelas entrevistadas; perceção das entrevistadas sobre as práticas organizacionais de conciliação. Tendo em conta a problemáticas e os objetivos, optou-se pela realização de uma investigação qualitativa, incidindo particularmente num Estudo de Caso, tendo-se efetuado oito entrevistas a trabalhadoras do setor do retalho, sendo o tratamento destes dados, feito, através de uma análise de conteúdo. Ainda como recolha de dados, procedeu-se há análise documental, através do site PORDATA, de forma a obter dados atualizados e realísticos sobre o setor do retalho. Por fim, serão apresentados os resultados do estudo, que demostram que atualmente ainda persiste preconceitos de género, como o homem a assumir as tarefas domésticas, apesar de se ter verificado um maior apoio por parte do género masculino de assumir essa responsabilidade. Concluiu-se ainda, que as mulheres continuam a ser prejudicadas nos seus locais de trabalho, quando pretendem a aceder aos seus direitos, como assistência à família ou licença por maternidade, acabando por provocar reações não muito razoáveis com as suas chefias, o que leva também à interferência entre a vida profissional e familiar, que é bastante difícil de gerir por parte destas mulheres. Relativamente às práticas que promovam uma conciliação igualitária entre ambos os géneros, observou-se que tais práticas não existem nestas empresas, sendo que para as entrevistadas, são essenciais para garantir a igualdade de género e combater com a discriminação e segregação profissional. Verificou-se uma preocupação e necessidade por parte destas mulheres, de criar práticas que promovam esta igualdade, bem como a sua divulgação, isto, porque apurou-se uma falta de conhecimento de medidas que já existem, às quais não recorrem por não saberem da sua existência.