Desenvolvimento sustentável da indústria marítima: uma análise técnico-económica comparativa entre as atuais opções do operador

Almeida, Juliana Costabile Zanforlin de

http://hdl.handle.net/10400.26/59429

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Authors

Almeida, Juliana Costabile Zanforlin de

Advisor(s)

Baptista, Luís Filipe

Silva, Sérgio Ribeiro e

Abstract(s)

Nas últimas duas décadas, os anos mais quentes já registados, acompanhados pela intensificação de eventos climáticos extremos, intensificaram as preocupações quanto aos impactos das alterações climáticas sobre o meio ambiente e a saúde humana. Diante desse cenário, a mitigação desses efeitos tornou-se uma prioridade global, mobilizando diversos setores, com destaque para a indústria marítima, responsável por 2-3% das emissões globais de dióxido de carbono. O conceito de descarbonização, despontado no início do seculo XXI como resposta à crescente emissão de gases de efeito de estufa, passou a orientar políticas internacionais voltadas à sustentabilidade. No setor marítimo, esse conceito concretiza-se por meio da implementação de metas rigorosas estabelecidas pela Organização Marítima Internacional, que visam à redução progressiva das emissões e à promoção de uma navegação cada vez mais sustentável. Estratégias como a adoção de combustíveis alternativos, o aprimoramento da eficiência energética e o uso de tecnologias emergentes, juntamente com a digitalização e a automação, constituem pilares dessa transição. Nesse contexto, o apoio institucional, a cooperação intersectorial e o investimento continuo em pesquisa e desenvolvimento são indispensáveis para viabilizar a infraestrutura necessária à transformação do setor. O presente estudo investiga as alternativas energéticas limpas mais viáveis para o setor marítimo, bem como as implicações técnico-económicas de tecnologias atualmente disponíveis. Entre essas tecnologias, destacam-se as torres de lavagem, que, embora possam contribuir para a mitigação de determinadas emissões, apresentam limitações operacionais relevantes, como o aumento do consumo energético e o possível deslocamento de poluentes. Além disso, identificam-se desafios significativos na adaptação da frotas existente, especialmente no caso de navios mais antigos. A transição energética requer, portanto, uma avaliação abrangente das características técnicas, dos custos associados, da infraestrutura disponível e da necessidade de capacitação contínua das tripulações. Quando integradas, essas ações podem promover a otimização operacional, mensurável por meio de indicadores como índices de eficiência energética e intensidade de carbono. Diante da rápida evolução do setor, torna-se essencial um esforço coordenado para assegurar que as futuras gerações de navios e profissionais estejam preparadas para enfrentar os desafios climáticos globais e contribuir para a meta de descarbonização até 2050.