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Advisor(s)
Abstract(s)
O vírus da hepatite C (VHC) encontra-se amplamente distribuído por todo o mundo
infetando cerca de 150 milhões de pessoas, das quais 350 mil morrem em consequência
da infeção. A incidência em Portugal está categorizada com um valor médio de cerca de
1,5%. O diagnóstico da infeção pelo VHC assenta na demonstração da presença dos
anticorpos anti-VHC e de ARN-VHC. Contudo, raramente é efetuado numa fase
precoce uma vez que para além de ser subclínica na maior parte dos doentes a
seroconversão pode demorar até 9 meses depois da exposição ao vírus. Para além da
pesquisa dos anticorpos específicos, do antigénio do core e da identificação e
caraterização dos ácidos nucleicos do VHC (carga viral, genótipo/subtipo), o estudo dos
doentes infetados no âmbito do diagnóstico, do prognóstico e da monitorização da
evolução clínica e da resposta ao tratamento inclui a avaliação da função hepática, renal
e tiroideia, assim como da histologia do fígado.
Pelo facto de ser extremamente agressiva e limitativa a terapêutica convencional de
interferão peguilado associado à ribavirina foi complementada em 2011 por fármacos
antivirais mais eficazes, que inibem diretamente a protease NS3/NS4 do vírus
(telaprevir e boceprevir). Os esquemas de terapêutica tripla administrados e a sua
complexidade não trouxeram benefícios significativos aos doentes, em particular no que
diz respeito aos efeitos adversos. Felizmente fomos assistindo durante os anos de 2013 e
2014 ao desenvolvimento de inúmeras novas moléculas cujos alvos são as proteínas não
estruturais do vírus, designadamente os complexos NS3/NS4 (simeprevir e faldaprevir)
e NS4/NS5A (daclatasvir), e a NS5 (sofosbuvir). Atualmente está criada uma nova
realidade clínica e epidemiológica, sustentada em grande parte pelo sucesso da intensa
investigação e desenvolvimento da indústria farmacêutica que tem permitido aumentar o
número de fármacos e as opções terapêuticas disponíveis; com isso, tem-se conseguido
melhorar significativamente quer a qualidade de vida dos doentes, quer a eficácia do
tratamento, com repercussões muito importantes na saúde pública pela redução do
número de contatos infetantes na população (portadores). Em Portugal começam a ser
dados os primeiros passos no sentido de serem introduzidos no Sistema Nacional de
Saúde, nomeadamente o esquema triplo de IFN-PEG/RBV associado ao boceprevir ou
telaprevir, e também sofosbuvir e simeprevir com resultados clínicos muito
satisfatórios, permitindo estas novas terapêuticas a cura dos doentes em percentagens
acima dos 90%.
Description
Dissertação defendida no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
Keywords
Anticorpos anti – VHC Carga viral RNA VHC Diagnóstico clínico Monitorização