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Abstract(s)
As áreas fronteiriças entre o Afeganistão e o Paquistão são uma região complexa que desafia generalizações estáticas e esta-tistas – generalizações que muitas vezes
traem os preconceitos deixados pelo período colonial, ou evidenciando o poder de um discurso orientalista ainda vigente, como sejam os discursos essencialistas acerca do tribalismo Pashtun ou a radicalização islamista.
Este artigo argumenta que qualquer estudo útil da chamada ‘região Af-Pak’ deve afastar-se destas narrativas estereotípicas, e focar-se ao invés nas estratégias e repertórios (ou práticas) dos actores locais, como
exemplos de mobilização transnacional que transcende tanto as instituições formais do Estado, como as restrições legais da Linha Durand. Adicionalmente, a lista de actores a estudar – sobretudo para os interessados
em desenvolver recomendações para o desenvolvimento de políticas concretas – deverá ir além dos ‘militantes tribais’. Ao invés, uma tal lista deverá incluir diversos movimentos e redes sócio-políticas, e examinar como se relacionam entre si, por exemplo formando coligações transnacionais. O estudo competente desta região fronteiriça deverá ainda prestar atenção às estratégias destes actores locais em relação ao espaço transnacional e transfronteiriço (espaço social bem como geográfico) no qual a sua mobilização se produz, como por exemplo nos casos dos refugiados, deslocados internos, ou diásporas (incluindo as comunidades étnicas espalhadas pela região). O artigo
propõe que o caminho a seguir passa por adoptar estratégias de investigação que evitem a subalternização das perspectivas, conhecimento e práticas locais.
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Relações internacionais Fronteira Afeganistão Paquistão