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Abstract(s)
O bullying no trabalho relaciona-se com a exposição a atos negativos de forma repetida, pelo menos uma vez por semana, e durante um determinado período de tempo, pelo menos seis meses (Einarsen et al., 2011). O bullying é prevalente nos enfermeiros e traduz-se em consequências nefastas como problemas mentais, elevados níveis de stress, sensação de esgotamento, interferência no desempenho laboral e produtividade e uma escassa satisfação laboral (Jurado, Pérez-Fuentes e Linares, 2016). Por outro lado, o engagement é definido por Schaufeli e Bakker (2010) como um estado mental afetivo-motivacional positivo em relação ao trabalho que é caracterizado por vigor, dedicação e absorção. Enfermeiros com bons níveis de engagement apresentam níveis mais elevados de bem-estar no trabalho e compromisso com a organização, produzindo maior rentabilidade (Bargagliotti, 2012). A presença de bullying no trabalho pode influenciar os níveis de engagement. A redução do impacto do bullying no trabalho pode traduzir-se em níveis de engagement mais elevados dos trabalhadores (Einarsen et al., 2016). Perante a problemática apresentada emergiu a seguinte questão de investigação: qual a relação entre o bullying e o engagement nos enfermeiros dos cuidados de saúde primários de uma das ilhas do arquipélago dos Açores?
Integrado no Projeto "INT-SO - Dos contextos de trabalho à saúde ocupacional dos profissionais de enfermagem, um estudo comparativo entre Portugal, Brasil e Espanha", desenvolveu-se um estudo de natureza quantitativa, do tipo correlacional, transversal com os objetivos de identificar nos enfermeiros a presença de bullying e engagement, analisar a variação do bullying e engagement em função de características sociodemográficas e profissionais e analisar a associação entre o bullying e o engagement. Optou-se por uma amostra por conveniência, tendo participado no estudo 173 enfermeiros. Para a recolha de dados utilizou-se um questionário organizado em três grupos para a avaliação sociodemográfica e profissional, do bullying, utilizando-se o Negative Acts Questionnaire-Revised 22 itens (NAQ-R) (Einarsen e Hoel, 2001; traduzida para portugês por Araújo, Mcintyre e Mcintyre, 2004; e adaptada em enfermeiros portugueses por Borges e Ferreira,
2015) e do engagement, utilizando-se a Utrecht Work Engagement Scale nove itens (UWES) (Schaufeli e Bakker; 2003; traduzida para português por Marques Pinto e Picado, 2011). Os resultados permitiram identificar a presença de bullying e que foi mais frequente em enfermeiros mais novos, com ajuda para cuidar de pessoa dependente, em horário de trabalho rotativo e com perceção de stress no trabalho. Identificaram-se bons níveis de engagement. Enfermeiros do sexo feminino, com parceiro, com filhos, sem ajuda para cuidar de pessoa dependente, com mais anos de experiência profissional, com horário de trabalho fixo e sem perceção de stress apresentaram níveis mais elevados de engagement. O bullying estava negativamente relacionado com o engagement.Salienta-se a importância da formação dos gestores de enfermagem sobre prevenção e gestão do bullying e promoção do engagement, da realização do diagnóstico dos antecedentes organizacionais do bullying e do engagement e, em face deste, a elaboração de programas de saúde laboral.
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Keywords
Bullying em enfermeiros Engagement em enfermeiros Cuidados de Saúde Primários
