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Tal como já tinha acontecido em emergências sanitárias passadas, como as relacionadas com o
Ébola ou a Zika, a pandemia do COVID-19 teve um grande impacto na investigação científica,
em particular nas ciências biomédicas, e sobretudo na forma como se comunicam e partilham
os resultados de investigação. Para além de uma grande concentração de esforços no estudo
do vírus SARS-CoV-2, da doença COVID-19 e na investigação do seu tratamento e prevenção, a
pandemia resultou também na adoção e generalização de práticas e ferramentas de ciência
aberta, como a partilha de dados, a publicação de preprints e o acesso aberto às publicações.
Esta reação à pandemia comprova, mais uma vez, o que os defensores da ciência aberta tem
vindo a repetir, com um sucesso limitado, há cerca de duas décadas: a investigação realizada
de modo aberto, colaborativo e transparente, facilitando a partilha e a comunicação dos
processos e resultados (dados, publicações e outros), é a forma mais eficiente de promover o
avanço da ciência e a geração de novo conhecimento, maximizando o retorno do investimento
que as nossas sociedades realizam no sistema científico.
Nesta apresentação descrever-se-á e analisar-se-á o impacto da COVID-19 na investigação e na
comunicação da ciência na área biomédica, em especial na adoção de práticas de acesso
aberto e ciência aberta. E pretende-se ainda questionar se esse impacto será essencialmente
conjuntural ou se as transformações que se verificaram no último ano sobreviverão à
pandemia. Será que na área da saúde, como em outras áreas de investigação, os artigos
relevantes vão voltar a estar novamente apenas disponíveis mediante pagamento ou novos
artigos apenas possam apenas ser publicados com o pagamento de taxas de publicação de
milhares de euros?
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Associação Portuguesa de Documentação e Informação de Saúde