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Abstract(s)
O envolvimento da família no hospital: perspetivas dos enfermeiros
generalistas e dos enfermeiros especialistas em enfermagem de
reabilitação.
A abertura dos hospitais às famílias surge num conjunto de políticas
de empowerment e de responsabilização pessoal pela manutenção da saúde
e prevenção da doença, uma vez que as restrições económicas preveem
altas hospitalares cada vez mais precoces.
A integração das famílias no hospital desencadeou mudanças na
organização dos cuidados e na natureza das relações que se estabelecem
entre o doente, os familiares e as equipas de saúde.
Sendo a família a verdadeira fonte de equilíbrio do cuidar informal e
um recurso de cuidados de saúde fundamental, constitui-se cada vez mais,
como um foco pertinente de intervenção da enfermagem de reabilitação já
que as avaliações a estas permitem antecipar intervenções que previnem
uma eventual crise e reforçam a eficácia do coping, contribuindo para uma
recuperação mais eficaz do doente. Por sua vez, os enfermeiros
especialistas de reabilitação ao integrarem as famílias nos seus cuidados
desenvolvem as suas competências de forma mais ampla, numa perspetiva
global dos cuidados, aumentando a visibilidade dos mesmos.
É reconhecido que na interação enfermeiro / família são produzidos
saberes, estratégias e recursos facilitadores das transições doença/saúde
(Sousa, 2011) .
A relação interpessoal enfermeiro/família é condição determinante
para a qualidade de cuidados prestados ao doente, sendo através destas
habilidades relacionais que o enfermeiro especialista em enfermagem
reabilitação consegue obter um maior numero de ganhos na autonomia do
doente e na satisfação profissional.
A investigação que realizamos “O envolvimento da família no
hospital: perspetivas dos enfermeiros generalistas e dos enfermeiros
especialistas em enfermagem de reabilitação” integra-se no projeto da
ESEP “Recontextualizar os cuidados à família em internamento: processos
formativos” e procura conhecer como os enfermeiros incluem a família nos
cuidados explorando e descrevendo as intervenções que estes desenvolvem
através dos registos que estes efetuam.
É um estudo qualitativo, exploratório, descritivo e recorre ao estudo
de caso como opção metodológica.
A colheita de dados foi efetuada através da consulta dos registos de
enfermagem dos serviços de Neurologia e Hemato-Oncologia (serviços em
que os enfermeiros participaram num programa de formação dirigido à
família) e do serviço de Medicina Física e Reabilitação (sem recurso a
formação no âmbito da família) de um hospital da região Norte.
Neste estudo foram analisados 90 processos de enfermagem cuja a
técnica de recolha de dados utilizada foi a análise documental dos registos
de enfermagem em três períodos diferentes.
Os resultados obtidos evidenciam que existem dificuldades nos
diferentes contextos estudados na documentação das acções/intervenções
dirigidas à família advindo principalmente do suporte informático
subjacente aos registos de enfermagem. Salienta-se também, que para os
enfermeiros a representação da família nos registos de enfermagem é
muito condicionada, apenas para alguns a família restringe-se ao prestador
de cuidados e é tida como recurso e fonte de informação.
Relativamente à perspectiva dos enfermeiros generalistas e
especialistas de enfermagem de Reabilitação do envolvimento da família
nos cuidados é-nos evidenciado um número maior de intervenções
registadas no serviço onde todos os enfermeiros do serviço são
especialistas. Este facto aparentemente relaciona-se com os objetivos do
serviço que visam capacitar o cuidador e com o facto de neste serviço na
generalidade dos casos o cuidador “ser família”.
Todos os enfermeiros são sensíveis ao tema do envolvimento da
família nos cuidados, no entanto, entre o discurso e a ação, existe ainda
um longo percurso a fazer-se…
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Keywords
Hospitalização Enfermagem de reabilitação