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Atualmente, a Supervisão Clínica aplica-se a todas as áreas da enfermagem, constituindo
uma resposta às necessidades formativas, relacionando-se com a qualidade dos cuidados
através do desenvolvimento de competências clínicas e assistenciais com base na reflexão
sistemática, sendo indispensável no desenvolvimento das competências profissionais,
melhoria da qualidade e segurança dos cuidados. A satisfação profissional dos enfermeiros e
as suas capacidades de inteligência emocional, foram identificadas como indicadores
sensíveis à supervisão clínica em enfermagem.
O estudo, do tipo descritivo-correlacional, foi realizado nos meses de outubro a dezembro
de 2017 e insere-se no projeto de investigação "Supervisão Clínica para a Segurança e
Qualidade dos Cuidados” (C-S2AFECARE-Q ) da Escola Superior de Enfermagem do Porto
(ESEP), que visa definir um modelo de aprofundamento de conhecimentos e
desenvolvimento de competências na área da supervisão e da promoção da qualidade de
cuidados prestados aos utentes. A amostra é do tipo intencional, constituída por 44
enfermeiros da Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM).
O presente estudo pretendeu caracterizar a satisfação profissional dos enfermeiros, e as suas
capacidades de inteligência emocional, bem como estas variáveis se relacionam com as
variáveis sociodemográficas e profissionais, de forma a identificar estratégias de supervisão
clínica promotoras do desenvolvimento das mesmas, com o intuito de legitimar aspetos que
possam contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados pelos enfermeiros.
O instrumento utilizado foi um questionário autopreenchido, composto por duas partes
distintas: a primeira de caraterização sociodemográfica e profissional, a segunda integra a
“Escala de Satisfação Profissional dos Enfermeiros” do Documento Normativo da ULSM, n.º
2482.1 e a “Escala de Capacidades da Inteligência Emocional em Enfermeiros” Vilela (2006),
atualmente designada de “Escala Veiga Branco da Competência Emocional”. As escalas
apresentaram bons índices de consistência interna (alpha de Cronbach de 0,964 e 0,931
respetivamente).
Os participantes são maioritariamente mulheres (90,9%), com uma idade média de
34,11±7,49 anos, com 10,7±7,4 anos de experiência profissional e 50% possui experiências
anteriores de SC.
Os resultados alcançados conduziram-nos às seguintes ilações:
Os enfermeiros têm elevadas capacidades de inteligência emocional ( =402,53±39,55);
encontram-se moderadamente satisfeitos a nível profissional ( =58,69±13,81)
Consoante aumenta a sua idade diminui a satisfação profissional, nomeadamente, na
melhoria da qualidade (r=-0,353; p=0,022);
A satisfação profissional (melhoria qualidade) diminui conforme aumenta o tempo de
experiência profissional (r= -0,313; p=0,044);
A experiência anterior de SC não tem poder explicativo sobre as Capacidades da Inteligência
Emocional e a Satisfação Profissional dos enfermeiros.
Considera-se importante ter um olhar mais atento para os resultados do estudo, por forma
a priorizar a SCE como ferramenta de desenvolvimento e contributo para a melhoria da
qualidade dos cuidados prestados pelos enfermeiros, principalmente através da melhoria
dos seus níveis de Satisfação Profissional e desenvolvimento das suas Competências
Emocionais.
Description
Keywords
Supervisão clínica em enfermagem Satisfação profissional Inteligência emocional