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Ilda Maria da Assunção Fonseca | 1.67 MB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
Ă hoje sobejamente falado que o envelhecimento da população Ă© uma caraterĂstica das sociedades atuais. Ă uma constatação que se nasce cada vez menos e que se vive cada vez mais. A pirĂąmide etĂĄria estĂĄ invertida, as geraçÔes nĂŁo se conseguem renovar. Ă data do Ășltimo momento censitĂĄrio realizado em 2011, Portugal apresentava uma população de 10.562.178 habitantes, sendo que 2.010.064 habitantes apresentavam idade igual ou superior a 65 anos. Face ao envelhecimento da população, o grupo dos idosos constituiu a parte mais afetada pelas doenças crĂłnicas. A incidĂȘncia de doenças como hipertensĂŁo arterial, diabetes, patologias cardiovasculares ou as demĂȘncias tĂȘm maior prevalĂȘncia com o avançar da idade. Dados da Alzheimer Europe referem que o nĂșmero de cidadĂŁos europeus com demĂȘncia Ă© de 7,3 milhĂ”es. Em Portugal, estima-se que cerca de 153.000 pessoas tenham demĂȘncia e que 90.000 deste universo tenham demĂȘncia de Alzheimer. Especialistas dos estados-membros da UniĂŁo Europeia preveem ainda que estes dados dupliquem ou tripliquem em 2040. Face a este panorama, e tendo em conta a progressĂŁo lenta da doença, a incapacidade que provoca, os cuidados especializados necessĂĄrios e a exigĂȘncia ao nĂvel da supervisĂŁo, observação e cuidados, a presente dissertação pretende constituir um documento de conhecimento acerca da realidade do concelho de Vizela no que Ă s demĂȘncias diz respeito. Pretende ainda refletir acerca das necessidades acrescidas que a problemĂĄtica das demĂȘncias acarreta, nĂŁo sĂł para o doente, mas tambĂ©m para aqueles que lhe estĂŁo e sĂŁo mais prĂłximos. Os dados apresentados resultam da anĂĄlise das informaçÔes recolhidas junto de idosos e familiares e/ou principais cuidadores, atravĂ©s de uma investigação de carĂĄter exploratĂłrio e descritivo. A anĂĄlise dos dados, qualitativos e quantitativos, permitiu concluir que o ato de cuidar de pessoas com demĂȘncia implica uma sobrecarga e desgaste fĂsico e emocional dadas as necessidades acrescidas que esta patologia implica, por comprometer a associação de mĂșltiplas funçÔes do indivĂduo a diferentes nĂveis: o pensamento, a orientação, a compreensĂŁo, o cĂĄlculo, a capacidade de aprendizagem, a linguagem e a capacidade de decisĂŁo perante as atividades do dia-a-dia. Por conseguinte, a natureza da doença coloca problemas acrescidos, resultantes da escassez de conhecimentos mĂ©dicos e cientĂficos, tais como: dificuldades de diagnĂłstico, muitas vezes feito tardiamente, obstĂĄculos no acesso a cuidados de saĂșde de alta qualidade e insuficiĂȘncia de serviços/equipamentos de apoio social e ainda a insuficiĂȘncia de legislação especĂfica. Embora seja importante a estimulação cognitiva e/ou acompanhamento psicolĂłgico, estes aspetos sĂŁo pouco referenciados pelos familiares e/ou cuidadores. Tal facto poderĂĄ decorrer da baixa escolaridade dos inquiridos, da carĂȘncia de informação acerca da doença e mesmo da falta de encaminhamento/orientação para cuidados especializados por parte dos serviços mĂ©dicos. O estudo mostra, ainda, que a famĂlia continua a ser a principal prestadora de cuidados aos idosos, sendo que Ă© nos filhos e/ou no cĂŽnjuge que mais recai o ato de cuidar, o qual Ă© descrito essencialmente como um dever/obrigação e como um ato de amor.
Description
Keywords
Envelhecimento DemĂȘncia Necessidades Pessoas idosas