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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
A procura de conforto é transversal a todas as pessoas em qualquer etapa do
seu ciclo vital. Porém, em situações de comprometimento da saúde, na presença
de uma doença, em situações socialmente vulneráveis ou outras que deixem as
pessoas mais fragilizadas, este conceito ganha particular interesse, dado a sua
abrangência e aplicabilidade (Ribeiro e Costa, 2012). Segundo Apóstolo (2009), o
conforto tem sido reconhecido como um elemento da enfermagem, mas é ainda
uma área que necessita de mais investigação.
A teoria de médio alcance de Kolcaba centra o conforto no alvo de ação dos
enfermeiros. A autora refere que as intervenções dirigidas ao conforto devem
abranger a satisfação de necessidades básicas humanas (o alívio, a tranquilidade e
a transcendência). Ao promoverem o conforto, os enfermeiros ajudam os doentes a
ultrapassar de uma forma eficaz o momento de transição que possam estar a
vivenciar, em particular durante o processo de hospitalização.
O conforto térmico é uma forma particular de conforto, pouco estudado, embora
constitua um foco de atenção da enfermagem, valorizado particularmente em
contexto perioperatório. Wagner, Byrne e Kolcaba desenvolveram uma escala de
avaliação do conforto térmico (ECT) no período perioperatório.
O objetivo principal do presente estudo visou a adaptação dessa escala para o
contexto português. A adaptação de instrumentos de medida que promovam uma
avaliação fidedigna da condição da pessoa, permitindo ajuizar com segurança e
economizar tempo despendido nos cuidados é uma mais-valia no contexto da
prática clínica. Neste sentido, desenvolveu-se um estudo de natureza metodológica,
com três amostras não probabilísticas de conveniência recrutadas em três locais
independentes (um serviço de medicina interna, uma unidade de cuidados pós
anestésicos e um bloco operatório de três instituições de saúde do norte do país).
Através de uma entrevista, os participantes responderam à ECT adaptada para este
estudo, a duas escalas de ansiedade (uma visual analógica e à subescala da
ansiedade da Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar de Ribeiro et al., 2007),
uma escala visual de conforto térmico e a uma escala de conforto geral. Estas
últimas escalas foram alvo de um estudo paralelo, em que, também colaboramos
no seu processo. Usou-se ainda um questionário sociodemográfico e clínico
construído para o estudo.
Os resultados encontrados mostram que o conforto térmico é uma área
valorizada do conforto global, que a idade, condição física e a ansiedade relativa
aos procedimentos hospitalares são factores associados ao desconforto térmico. A
ECT apresenta uma estrutura bidimensional (dimensão física e dimensão
emocional), em que a dimensão física mostra ter maior peso no conforto térmico.
Os resultados encontrados permitem ajuizar acerca da validade de constructo,
validade fatorial, validade de critério e consistência interna do instrumento de
medida. Assim, a ECT parece reunir um conjunto de propriedades métricas para ser
aceite e utilizada na prática clínica.
Description
Keywords
Hipotermia Temperatura corporal Conforto Psicometria