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Authors
Abstract(s)
Este trabalho baseia-se no estudo arqueopetrográfico de quatro antas situadas no
Alto Ribatejo, designadamente a Anta 1 de Val da Laje (Tomar), a Anta da Lajinha (Mação),
a Anta da Foz do Rio Frio (Mação), e a Anta do Penedo Gordo (Gavião). Neste território
afloram rochas pertencentes ao Maciço Hespérico (onde estão situados os sítios
arqueológicos estudados), ao Maciço Calcário Estremenho (que inclui monumentos
megalíticos mais tardios, não incluídos neste estudo) e à Bacia Sedimentar do Rio Tejo,
distando as duas últimas unidades geomorfológicas escassos quilómetros dos sítios
estudados. Desde os primórdios da sua ocupação, o ser humano soube aproveitar a grande
diversidade de recursos oferecidos por esta região, entre eles os recursos líticos, utilizados
para vários fins e de que são exemplos as indústrias líticas, a construção de antas, e as
estruturas defensivas e habitacionais. A aquisição de matérias-primas constitui o primeiro
passo da qualquer cadeia operatória, logo o estudo arqueopetrográfico daquelas que foram
utilizadas na construção das antas pode fornecer dados paleoeconómicos relevantes sobre
as comunidades que as utilizaram e o território que exploravam, ao mesmo tempo que pode
proporcionar dados que permitam descortinar os critérios que levaram à sua escolha.
Neste trabalho foi realizada uma abordagem geoarqueológica às antas
referenciadas, caraterizando as matérias-primas utilizadas na sua construção e
comparando-as com os afloramentos geológicos da região, numa tentativa de identificar a
origem da sua proveniência.
Foram analisados macroscopicamente os esteios de cada uma das antas e as lajes
de cobertura da Anta 1 de Val da Laje, por ser a única que ainda as possui. O estudo
microscópico em lâmina delgada foi feito em amostras provenientes de alguns esteios
selecionados para o efeito. Estes dados foram posteriormente comparados com aqueles
obtidos em amostras recolhidas em afloramentos situados nas suas proximidades,
permitindo no caso da Anta 1 de Val da Laje identificar a Fonte da Matéria-prima como
localizada a aproximadamente 100 metros do monumento. Para os restantes monumentos
não foi possível identificar os afloramentos fonte da matéria-prima, no entanto foi possível
reconhecer a sua Área Mãe de Procedência. Relativamente a estes monumentos confirmouse
a proveniência local das matérias-primas dentro de um raio de ação de 1 a 2 km, em
conformidade com tendência apontada para outras áreas europeias por THORPE e
WILLIAMS-THORPE (1991).
Durante o trabalho de campo foi também efetuada uma recolha de amostras
geológicas de matérias-primas aflorantes na região envolvente dos sítios arqueológicos do
Alto Ribatejo, inseridos na unidade geomorfológica do Maciço Hespérico. As amostras
geológicas, depois de estudadas do ponto de vista petrográfico, passaram a integrar a
coleção de referência georreferenciada de matérias-primas da Litoteca do Instituto Terra e
Memória, localizada em Mação, a qual servirá como padrão de comparação para estudos
arqueopetrográficos futuros. Além disso, permitirá estudar as matérias-primas utilizadas no
passado e constituir-se-á como uma importante ferramenta didática de apoio e complemento
das aprendizagens dos alunos de vários graus de ensino, que poderão contactar num só
espaço com as litologias desta região e perceber a longa diacronia que houve em termos da
sua utilização.
Description
Keywords
Arqueopetrografia Alto Ribatejo Matérias-primas Proveniência geológica Megalitismo Anta Litoteca