Processo de Acompanhamento Espiritual à Pessoa em Situação Paliativa

Afonso, Sandrina

http://hdl.handle.net/10400.26/58223

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Afonso, Sandrina

Abstract(s)

Introdução: O envelhecimento acentuado da população portuguesa e o aumento da incidência de doenças oncológicas, neurológicas e insuficiências orgânicas reforçam a necessidade de cuidados de saúde especializados. Nesse contexto, os Cuidados Paliativos (CP) desempenham um papel essencial no atendimento a pessoas com doenças incuráveis ou graves, em fase avançada e progressiva, bem como aos seus cuidadores e familiares. O objetivo central dos CP é melhorar a qualidade de vida, prevenindo e aliviando o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual, com o conforto como eixo central da prestação de cuidados. Objetivo: Desenvolver competências na tomada de decisão no acompanhamento espiritual da pessoa em situação paliativa, assistida pela Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos (ECSCP), ao longo do Estágio de Natureza Profissional (ENP). Aprimorar a relação terapêutica com a família e cuidadores, visando a tomada de decisão no autocuidado alimentar, também no contexto da ECSCP. Metodologia: O relatório baseia-se numa abordagem descritiva e crítico-reflexiva das atividades realizadas e competências adquiridas. Resultados: A revisão da literatura permitiu aprofundar o conceito de espiritualidade e sua abrangência nos cuidados paliativos. Na prática, constatou-se que o acompanhamento espiritual está presente nos cuidados prestados, porém a sua documentação não reflete adequadamente as intervenções realizadas, evidenciando a escassez de estudos sobre o tema. Foi conduzida uma análise crítica e reflexiva dos casos acompanhados, em colaboração com a enfermeira tutora e orientadora. Paralelamente, iniciou-se um projeto de investigação sobre a representação social dos enfermeiros acerca do acompanhamento espiritual em cuidados paliativos. Observou-se também que a intervenção nesse âmbito requer formação avançada, o que motivou a participação em atividades formativas extracurriculares. No que se refere ao autocuidado alimentar, a revisão da literatura permitiu compreender os significados e crenças associadas à alimentação, possibilitando a adequação das intervenções junto da família e cuidadores, com impacto direto na pessoa em situação paliativa. A formação adquirida e a experiência prática permitiram o desenvolvimento de competências essenciais nos CP, nomeadamente na gestão de sintomas, comunicação eficaz, apoio à família e trabalho em equipa, alicerçando a tomada de decisão na elaboração, implementação e avaliação dos planos de cuidados. Conclusão: Os objetivos do ENP foram alcançados, como evidenciado pelo percurso descrito no relatório. O aprofundamento dos conhecimentos, o desenvolvimento do autoconhecimento e a capacidade de estabelecer uma relação terapêutica foram fundamentais para o crescimento profissional e pessoal.