Estudo retrospetivo da relação clínica entre o uso de prótese removível e o desenvolvimento de proliferações fibrosas a nível da mucosa oral

Campina, Carolina Rosa

http://hdl.handle.net/10400.26/30566

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Authors

Campina, Carolina Rosa

Advisor(s)

Marques, José Silva

Abstract(s)

Introdução: A perda dentária e a utilização inadequada de próteses removíveis têm impacto negativo na qualidade de vida da população a nível psicossocial. As recomendações fornecidas pelo médico dentista, acerca da necessária assiduidade às consultas de controlo são importantes, uma vez que, estatisticamente, os pacientes portadores de próteses removíveis não comparecem às mesmas. Este acompanhamento, torna-se essencial, uma vez que a colocação de uma prótese provoca uma alteração quantitativa e qualitativa de placa bacteriana e a introdução de um corpo estranho no meio oral que pode funcionar como elemento de compressão e fricção. Deste modo, poderá conduzir ao aumento de processos inflamatórios na cavidade oral, levando a lesões na cavidade oral. Objetivos: Avaliar a prevalência de lesões fibrosas na mucosa oral, associado ao uso de próteses removíveis. Materiais e Métodos: Foram avaliadas 240 histórias clínicas de indivíduos reabilitados com próteses removíveis que recorreram à consulta de Clínica de Reabilitação Oral, na Clínica Universitária de Medicina Dentária do IUEM, entre 2016 e 2018. Posteriormente foram submetidos a uma análise estatística no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Resultados: Numa amostra de 240 histórias clínicas de pacientes portadores de próteses removíveis, 111(46,3%) indivíduos apresentaram lesão fibrosa e 129 (53,8%) não tinham qualquer tipo de lesão fibrosa associada ao uso de prótese removível. Relativamente às variáveis género e presença de lesão, ambas são dependentes p<0,001. O local mais comum de aparecimento destas lesões foi a mucosa jugal, com 39,6% de casos. A faixa etária e a variável presença de lesão são independentes p=0,766 (p<0,05). Quanto às variáveis tipo de prótese e presença de lesão, estas são dependentes p=0,001 (p>0,05). A lesão mais comum foi o fibroma com 106 casos (95,5%) e, a segunda lesão o granuloma piogénico (em fase de involução), com somente 5 casos (4,5%). Conclusão: Existe relação direta com o género e a prevalência de lesões fibrosas orais, o mesmo verificou-se para o tipo de prótese que o paciente possuía. A faixa etária não influenciou no aparecimento e lesões.