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Enquadramento: As lesões musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho são consideradas um dos principais problemas dos profissionais de saúde, em particular dos enfermeiros. Os enfermeiros, são a classe profissional maioritária do serviço nacional de saúde, sendo que o trabalho que desenvolvem os coloca permanentemente em risco condicionando o seu bem-estar musculoesquelético. A profissão de enfermagem é conhecida pela sua exigência física e pelo elevado nível de stress, relacionado com excessiva carga de trabalho, o que poderá trazer consequências ao nível do sistema musculoesquelético do profissional, acarretando custos incalculáveis na produtividade, no absentismo e na qualidade de vida dos mesmos, sendo por isso fundamental que os enfermeiros se encontrem saudáveis e seguros durante o exercício da profissão.
A Ginástica Laboral foi planeada para ajudar os trabalhadores a melhorar a sua saúde, prevenir lesões e ainda outras doenças provocadas pela atividade ocupacional.
Objetivos: Avaliar a efetividade de um programa de ginástica laboral na melhoria da dor músculo-esquelética nos enfermeiros de um serviço de medicina; caracterizar a prevalência de sintomatologia músculo-esquelética; analisar a associação entre a sintomatologia músculo-esquelética e as variáveis sociodemográficas, profissionais e laborais.
Metodologia: Adotou-se a metodologia de Melhoria Continua para a Qualidade nos Cuidados de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros, desenvolvido no espaço temporal de janeiro de 2024 a janeiro de 2025. A colheita de dados foi obtida por meio de dois questionários aplicados aos enfermeiros de um serviço de Medicina num centro hospitalar da região centro. Os instrumentos utilizados foram o Questionário Nórdico Musculoesqueléticos e um questionário de caracterização sociodemográfica. A amostra deste projeto é constituída por 23 enfermeiros. Os resultados preliminares apresentados correspondem a um total de 27 sessões, realizadas ao longo de 9 semanas.
Resultados: Verificou-se que as regiões corporais com mais queixas nos últimos 12 meses foram a região lombar (n=18; 78,3%), seguida da região cervical (n=16; 69,6%), ombros (n=12; 52,2%) e pernas/joelhos (n=11; 47,8%). As regiões corporais com menos queixas foram a região dorsal (n= 3; 13%) e o cotovelo (N= 5; 21,7%). Os resultados obtidos para as queixas nos últimos 7 dias seguem a mesma tendência dos resultados reportados para os últimos 12 meses, com uma maior prevalência de queixas na região lombar (n=9; 39,1%). A região lombar, os ombros e as pernas/joelhos mostraram diferenças significativas entre os dois momentos de avaliação no que se refere a intensidade da dor. Discussão: No que concerne à eficácia do programa de ginástica laboral, observamos que a intensidade das queixas na região lombar, ombros e pernas/joelhos, demonstraram uma diminuição superior a cinquenta por cento, quando comparadas entre a avaliação inicial (T0) e a avaliação intermédia (Ti). O facto de nem todas as regiões anatómicas terem registos de diferenças significativas entre os dois momentos de avaliação, poderá estar parcialmente relacionado com o facto de a pontuação média ser já bastante baixa e, portanto, não haver grande margem para melhoria. No entanto, os resultados preliminares reforçam a relevância e eficácia da promoção de estratégias preventivas, como a ginástica laboral, na diminuição de queixas músculo-esqueléticas e promoção da saúde em geral nos profissionais de enfermagem.
Conclusão: Face aos resultados intermédios obtidos, sugere-se manter em prática um programa de ginástica laboral, que sensibilize e consciencialize os enfermeiros para a prevenção de lesões musculoesqueléticas, melhorando o seu estilo de vida, e que incentive a prática da ginástica laboral de forma a minorar a severidade das queixas músculo-esqueléticas.
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Keywords
Enfermagem Enfermagem de Reabilitação Ginástica Laboral Lesões Musculoesqueléticas
Pedagogical Context
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Publisher
Escola Superior de Saúde Norte Cruz Vermelha Portuguesa
