Browsing by Author "Semedo, Ana Raquel da Silva"
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- Modelos de sobrevivência para o estudo dos fatores de prognóstico até à ocorrência da resposta ao tratamento de fisioterapia em utentes com dor lombar crónicaPublication . Semedo, Ana Raquel da Silva; Cruz, Eduardo BrazeteIntrodução: A recuperação, da função e/ou dor, é comummente utilizada em estudos relacionados com a dor lombar crónica não específica (DLCNE), contudo, os desenhos utilizados para medir a resposta ao tratamento não permitem saber quando, no decorrer da intervenção, é atingido um determinado critério de resposta ao tratamento, e consequentemente quais os fatores que aumentam o risco/ a probabilidade de obter esse critério de resposta ao tratamento ao longo do tempo. Objetivo: Este estudo pretendeu identificar fatores de prognóstico que influenciem significativamente o tempo até à ocorrência de um evento de interesse, definido como resposta ao tratamento multimodal de fisioterapia na intensidade da dor, incapacidade funcional e perceção de melhoria em indivíduos com DCLNE, recorrendo a avaliações repetidas semanalmente, durante 8 semanas. Metodologia: Estudo observacional de coorte prospetivo com 135 indivíduos com DLCNE referenciados para a fisioterapia, que foram avaliados no início da intervenção de fisioterapia e semanalmente desde a segunda até à oitava semana de intervenção. O “evento” definido foi a obtenção do critério de sucesso na resposta ao tratamento, estabelecido para cada outcome com base no valor da respetiva DCMI, definida como a diminuição ≥ 30% na escala numérica da dor (END) e na versão portuguesa da Quebec Back Pain Disability Scale (QBPDS-PT) e diferença mínima de 3 pontos para a versão portuguesa da Global Back Recovery Scale (GBRS-PT), mantidas durante um mínimo de 7 dias. Resultados: A proporção de utentes que alcançou a recuperação para a intensidade da dor e incapacidade funcional, no período de 8 semanas de tratamento, foi de 51.11% (n=69) e de 50.37% (n=68), respetivamente. A proporção de utentes que alcançou a recuperação na perceção de melhoria foi de 55.56% (n=75). A mediana do tempo de recuperação para os 3 outcomes ocorreu na 6ª semana de tratamento. Os indivíduos com maior intensidade de dor na baseline (HR:1.26, 95%IC: 1.12-1.43), que nunca ou raramente se sentiram “desamparados” (HR:2.09, 95%IC: 1.07-4.08), têm maior possibilidade de atingir o critério de recuperação para a dor, comparativamente aos utentes que não possuem estas características. Os indivíduos que vivem sozinhos (HR: 1.83, 95%IC: 1,05-3,19) têm maior possibilidade de atingir o critério de recuperação para a incapacidade funcional. Os utentes com inferior nível de ensino têm uma maior probabilidade de recuperação da perceção global de melhoria (IR:1.65; 95%IC: 1.02-2.67) comparativamente com utentes com mais formação. Conclusão: A recuperação da intensidade da dor e da incapacidade funcional ocorre nas primeiras 6 semanas de tratamento, sendo que aproximadamente metade dos utentes recuperados alcançaram o critério de resposta após as 2 primeiras semanas de tratamento. Maior intensidade da dor na baseline, baixos níveis de fatores psicossociais, viver sozinho e ter um nível educacional mais baixo, parece favorecer a probabilidade de recuperar destes utentes, ao longo do tempo.