Browsing by Author "Roque, Dina Isabel Fernandes"
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- Assédio Moral e Stresse no TrabalhoPublication . Roque, Dina Isabel Fernandes; Pereira, Maria OdeteA realização desta dissertação teve como objetivo analisar os riscos psicossociais, designadamente, o Stresse e o Assédio Moral, em várias empresas do distrito de Setúbal. Tem-se verificado ao longo do tempo uma crescente preocupação com os riscos psicossociais, e são cada vez mais as campanhas que se desenvolvem com o objetivo de criar ferramentas de análise e estratégias de intervenção que permitam o controlo destes riscos emergentes. A situação atual do país, traduzida em trabalho cada vez mais precário e escasso, o cumprimento de horários de trabalho intensivos e extensos, com redução da vida social, a falta de dinheiro nas famílias, a incerteza inconstante relativa ao futuro profissional e a insegurança social, entre outras situações, acabam por ser fatores determinantes, para que surjam mais situações de Stresse e Assédio Moral no local de trabalho. Para o desenvolvimento da dissertação participaram indivíduos de 24 empresas do distrito de Setúbal, de vários ramos de atividade, resultando numa amostra de 145 questionários válidos. Para o efeito foi aplicado um questionário sobre o Assédio Moral, o NAQ-R (Negative Acts Questionnaire - revised de Einärsen & Raknes, 1997), adaptado por Araújo, McIntyre & McIntyre, 2004. E o questionário sobre o Stresse que é uma versão reduzida do questionário de Cohen et al (1983) Escala de Stresse Percebido (PSS-10), adaptado por Moreira, 2002. O questionário sobre o Assédio é multifatorial e composto por 3 subescalas: Assédio Profissional, Assédio Pessoal e Sobrecarga de Trabalho. A determinação das subescalas dos questionários baseou-se nos resultados da Análise Factorial e da determinação dos coeficientes de consistência interna, através do alpha de Cronbach. O questionário sobre Stresse é unidimensional. Nas dimensões do Assédio Moral, a subescala mais pontuada foi a Sobrecarga de Trabalho, seguido do Assédio Profissional e por último o Assédio Pessoal. Na análise destas subescalas, concluiu-se que os itens mais pontuados para o Assédio Profissional, informam que por vezes alguém escondeu informação que afetasse o desempenho dos participantes no seu local de trabalho, assim como por vezes foram obrigados a desempenhar tarefas abaixo das suas competências e ainda, por vezes aconteceu verem as suas opiniões serem ignoradas. Para o Assédio Pessoal, os itens pontuados revelam que por vezes os participantes foram alvos de agressividade ou berraram com eles, por vezes foram feitas alegações contra os inquiridos, assim como por vezes foram alvos de “brincadeiras de mau gosto” no seu local de trabalho. E em relação à Sobrecarga de Trabalho também por vezes acontece serem sujeitos a uma elevada carga de trabalho. Dos resultados obtidos, destaca-se a percentagem de inquiridos que assumem já terem sido vítimas de Assédio Moral no trabalho, 16,6% da amostra de 145 participantes. Em relação aos assediadores, os valores apontam que são as chefias e os colegas de trabalho, que mais se destacam neste papel. Os assediadores são predominantemente do sexo masculino, e na maior parte dos casos em grupos de 2 a 5 pessoas. Na análise das influências recíprocas entre Assédio e Stresse, constatou-se o aumento dos indicadores de Assédio, em qualquer das dimensões, faz-se acompanhar de um aumento de indicadores de Stresse. Os trabalhadores em regime temporário são os que sentem mais o Assédio Pessoal no trabalho, e todos os outros que sentem mais o Assédio Pessoal, Sobrecarga de Trabalho e Stresse acham provável virem a perder os seus postos de trabalho num futuro próximo. Foi constatado também que as pessoas que fazem parte de um agregado familiar maior estão mais sujeitos a situações de Stresse. É a gestão de topo que mais sente o Assédio Pessoal e Profissional, enquanto os administrativos sentem mais as influências do Stresse. Importante referir, que são os trabalhadores que estão nas empresas há mais de 20 anos, que mais sentem Assédio Moral.
