Browsing by Author "Rodrigues, Telma Filipa Pereira"
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- Hipertiroidismo felinoPublication . Rodrigues, Telma Filipa Pereira; Figueira, Ana Catarina Pais dos SantosO hipertiroidismo felino passou de uma doença pouco diagnosticada em 1979 para a endocrinopatia mais comum em gatos de meia idade a idosos, com uma média de 12-13 anos. A prevalência tem vindo a aumentar consideravelmente a nível mundial, afetando já 2,4-11,4% da população. Esta endocrinopatia resulta da produção excessiva de hormonas tiroideias (T3 ou triiodotironina e T4 ou tiroxina) consequente ao desenvolvimento de tumores benignos, normalmente múltiplos e bilaterais, em cerca de 97-99% dos casos, apresentando um bom prognóstico, se for devidamente tratado. Porém, numa minoria dos animais, pode desenvolver-se carcinoma tiroideu, de malignidade ligeira a moderada, com grande capacidade metastática e de prognóstico desconhecido. A causa de hipertiroidismo felino é desconhecida, pelo que não é possível tomar medidas preventivas. Suspeita-se que a causa primária resida na própria glândula e, simultaneamente tenha uma base multifatorial para o seu desenvolvimento, com influências nutricionais, ambientais e/ ou genéticas, mas, até ao momento, apenas foram identificados possíveis fatores de risco por associação epidemiológica. A manifestação clínica do hipertiroidismo decorre da exacerbação das funções normais das hormonas tiroideias e as principais complicações decorrentes da tirotoxicose correspondem a doença renal crónica, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. A apresentação clássica do gato hipertiroideu corresponde a um animal hiperexcitável, agitado, nervoso, que vocaliza mais frequentemente, de pelagem desgrenhada, com perda de peso associada a polifagia, com poliúria e polidipsia e com taquicardia. O diagnóstico de hipertiroidismo felino começa com a anamnese e exame físico. Na presença de sinais clínicos suspeitos, o diagnóstico é confirmado por uma base mínima de dados (composta por hemograma, bioquímicas séricas e urianálise) e pela elevação persistente das hormonas tiroideias. A medição da T4 total é bastante específica e permite identificar tirotoxémia em mais de 90% dos gatos. Os restantes 10% dos gatos hipertiroideus necessitam de uma investigação mais exaustiva, nomeadamente com repetição da medição da T4 total, medição da T4 livre, teste de supressão com T3 exógena e/ ou cintigrafia. Todos os gatos afetados, independentemente da presença de patologias concomitantes, devem ser tratados para hipertiroidismo felino e monitorizados. A maioria dos gatos pode ser controlada através de tratamento médico, tiroidectomia, radioiodoterapia e dieta com restrição de iodo. Na possibilidade de optar por um tratamento curativo/ definitivo, este deve ser feito, uma vez que, com a progressão da doença, além de aumentar a probabilidade de desenvolvimento de carcinoma tiroideu, o volume tiroideu vai aumentando, juntamente com a severidade da tirotoxicose, até o gato se tornar resistente ou intolerante ao tratamento crónico.