Browsing by Author "Pinto, Miguel Moreira"
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- A colonização interna portuguesa e as novas paisagens rurais, o caso de MilagresPublication . Sara Mónico, LOPES; Pinto, Miguel Moreira; Couto, JoanaAs políticas de colonização interna tiveram um papel fundamental na afirmação dos Estados e na transformação dos espaços rurais. Em Portugal, a colonização, em terrenos baldios e incultos, teve como objetivos incrementar a produção agrícola, travar a proletarização e incentivar a pequena agricultura familiar. Embora venha a ser proposta no final do século XIX, a sua concretização só acontece a partir de 1926, com a instalação da Colónia Agrícola de Milagres, no concelho de Leiria. As obras de colonização interna produziram novas paisagens que constituem hoje um património único, apesar de tudo pouco conhecido e divulgado. Com este artigo propomo-nos abordar o tema no contexto nacional e apresentar alguma pesquisa que tem sido desenvolvida no âmbito do projeto de investigação europeu: MODSCAPES, Modernist Reinventions of the Rural Landscape. São nossos objetivos contextualizar a temática da colonização interna realizada no quadro político-ideológico do Estado Novo, apresentar alguma investigação feita sobre as colónias agrícolas – designadamente sobre o caso de Milagres, e mostrar a importância destas paisagens agrárias enquanto elementos do património cultural dos Estados. Em termos metodológicos, a pesquisa fundamenta-se na análise documental, em informação recolhida em arquivos e teses produzidas no contexto académico. As nossas conclusões preliminares não deixam de ter em conta a escala modesta da ação colonizadora empreendida pelo Estado português se comparada, por exemplo, com o que sucedeu em Espanha e Itália. Muito aquém do inicialmente previsto e desejado, a construção de apenas 7 colonias agrícolas não pode ser vista senão como um processo de experimentação e ensaio, mas que acabou por nos deixar um legado material e imaterial importante do ponto de vista paisagístico, do ponto de vista cultural e identitário, do ponto de vista da formação de uma estrutura tecnocrática e de uma agenda científica nacional, promotora de novos saberes e conhecimento.