Browsing by Author "Oliveira, Marco André Duque"
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- Conhecimento e adesão dos utentes aos medicamentos genéricosPublication . Oliveira, Marco André Duque; Balteiro, António Jorge Dias; Rocha, Maria Clara da Silva PereiraA caracterização do conhecimento e da adesão da população face aos medicamentos genéricos (MG) contribui não só para o conhecimento da evolução do consumo destes medicamentos, como também para analisar o impacto que as medidas tomadas recentemente em Portugal, para incentivar e promover o consumo dos MG, tiveram sobre a população em geral. Embora Portugal tenha um mercado de MG em ascensão, ainda está distante dos mercados mundiais consolidados. A identificação dos fatores que influenciam o conhecimento e a adesão a este tipo de medicamentos pode contribuir para a promoção de uma maior adesão de forma informada a esses medicamentos. Assim, o objetivo deste estudo é caracterizar o conhecimento e a adesão aos MG bem como identificar os fatores que os influenciam. Definiu-se como instrumento de recolha de dados um questionário, ao qual os indivíduos responderam voluntariamente. Este é um estudo observacional, não experimental, descritivo-correlacional (nível II) e transversal. A amostra recolhida é não probabilística e por conveniência, de indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos. Numa primeira fase, o trabalho baseou-se numa amostra de 375 indivíduos e foi avaliada a adesão aos MG. Os resultados permitem concluir que apenas 1.3% (n=5) dos questionados nunca ouviu falar em MG. Verifica-se que dos meios que informaram sobre a existência de MG, o médico e a farmácia são os que mais se destacam, com 69.7% (n=258) e 66.2% (n=245) respetivamente. Dos 292 (78.9%) indivíduos que já compraram MG, 64.6% (n=188) adquiriram tais medicamentos com receita médica. Dos 78 (21.1%) indivíduos que nunca compraram MG, 39.7% (n=31) referem como causa o facto de o médico não prescrever este tipo de fármacos e 24.4% (n=19) referem não terem confiança nos MG. Os indivíduos com uma escolaridade mais elevada são aqueles que mais compraram MG. Por sua vez, são os mais novos que têm uma prevalência mais elevada na compra de MG por solicitação ao profissional de farmácia (47.3%), enquanto que quase todos os idosos (93.2%) compram MG com receita médica. Existe uma associação estatisticamente significativa entre o género e as habilitações literárias com a fonte de obtenção de informação “Televisão/ Rádio” (p=0.023 e p=0.000 respetivamente), bem como com a fonte “Folhetos Informativos/ Revistas” (p=0.008 e p=0.000 respetivamente). Verifica-se ainda que são os homens e os indivíduos com grau de escolaridade mais elevado que mais referem tais fontes de divulgação. Foi também observada, uma associação estatisticamente significativa entre a escolaridade e a fonte “Instituição prestadora de serviços de Saúde” (p=0.000), sendo mais uma vez os indivíduos com grau de escolaridade mais elevado que mais referem esta fonte. Numa segunda fase do trabalho, a amostra foi aumentada para 1776 indivíduos, e foi avaliado o conhecimento dos utentes sobre os MG. Os níveis de conhecimento que se destacam é suficiente (39.6%) e insuficiente (36.8%). O nível de conhecimento dos indivíduos tem uma associação estatisticamente significativa tanto com a idade (2=173.201; p=0.000), como com as habilitações literárias (2=314.489; p=0.000), verificando-se que à medida que aumenta o nível de escolaridade e diminui a faixa etária, aumenta o nível de conhecimento efetivo. Dos indivíduos questionados, 76.7% revelaram conhecer a definição do MG, enquanto que 92.4% sabiam que os MG são mais baratos do que os medicamentos de marca. É importante existir uma maior adesão aos MG, mas ao mesmo tempo, também deve existir um maior conhecimento sobre estes, para que todos os intervenientes possam realizar escolhas acertadas e conscientes.
