Browsing by Author "Neto, Maria Glória"
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- Consulta em espera: interromper a interrupçãoPublication . Botas, Philippe; Pereira, Carolina; Carvalho, Rosa; Magalhães, Ana Rita; Cruz, Ana Rita; Santiago, Luiz Miguel; Neto, Maria GlóriaIntrodução e objetivo: Um estudo na Irlanda registou 25% de consultas com interrupção, em 50% por telefone. Em Espanha, 91% e 54% das consultas de médicos de família tiveram interrupção, com duração média de 35 e 16 segundos. Ao identificar as interrupções como um problema, o objetivo é implementar medidas no sentido de as reduzir. Metodologia: Avaliação e melhoria contínua da qualidade. Unidade de estudo: consultas de MGF de 5 médicos de família de uma Unidade de Saúde (US). Períodos de avaliação: 28/10 a 8/11 de 2013 e 8/4 a 17/4 de 2014. Aleatorização simples de períodos de consulta de MGF de pelo menos 2 horas. Recolha de dados por 1 observador participante (médico). Critérios de avaliação: fonte da interrupção; agente da interrupção; justificação da interrupção; impacto da interrupção; fator externo/fator interno (origem da fonte de interrupção). Medidas corretoras: apresentação de resultados e discussão de estratégias; Google Talk; armário com material; fluxograma de marcação de consultas; sinaléticas na sala de espera; memorando no consultório; divulgação de informação organizacional. Estatística descritiva e inferencial (χ2 para variáveis nominais e U de Mann-Whitney). Resultados: 1ª avaliação: 37 de 63 consultas (58,7%) com pelo menos uma interrupção. 66 interrupções com duração média de 42 segundos (86,4% significativas; 82% não justificadas). A principal fonte de interrupção foi a porta (43,9% das interrupções (n=29), na sua maioria significativas (n=27)). As interrupções por fator externo foram mais significativas (p=0,041). 2ª avaliação: 27 de 61 consultas (44,3%) com pelo menos uma interrupção. 48 interrupções com duração média de 58 segundos (70,8% significativas; 92,9% não justificadas). A principal fonte de interrupção foi o telemóvel (27,1% das interrupções (n=13), na sua maioria não significativas (n=9)). Redução de 24,5% na proporção de consultas com interrupção (p=0,076) e de 27,3% no número de interrupções. Diferença com significado para a fonte de interrupção (p=0,013), com redução de interrupções pela porta. Reduziu-se o número de interrupções significativas (p=0,036) e por fator externo (p=0,053). Discussão: Participação de todos os elementos da US, com reconhecimento da melhoria. A duração média da interrupção aumentou, o que é explicado por problemas informáticos. As medidas implementadas permitiram a redução do número de interrupções significativas e por fator externo. A considerar vieses de observador e de comportamento.
- Evolução da referenciação em Medicina Geral e Familiar num Centro de Saúde no centro de PortugalPublication . Botas, Philippe; Santiago, Luiz Miguel; Constantino, Liliana; Miranda, Paula; Matias, Catarina; Simões, Ana Rita; Neto, Maria GlóriaIntrodução e Objectivo: A referenciação é uma das competências nucleares do Especialista em Medicina Geral e Familiar (eMGF). O Estudo Europeu sobre Referenciação revelou uma Taxa de Referenciação (TR) de 5,56%, em Portugal em 1992 e em 2003 num Centro de Saúde no Norte de Portugal a TR foi de 10,11%, sendo a Otorrinolaringologia, a Ginecologia e a Cirurgia as especialidades com maior volume de referenciação. A evolução temporal da referenciação, mostrando a sua tendência, deve ser estudada pelo que se procurou caracterizar num Centro de Saúde predominantemente urbano, entre 2007 e 2011, a quantidade de referenciação aos cuidados de saúde secundários com indicadores populacionais padronizados, e as especialidades de referenciação. Metodologia: Estudo observacional, retrospectivo dos dados de referenciação de todos os médicos do CSE (11 eMGF e 5 Internos), em volume e em especialidade, por ano, pelo programa SAM-ESTAT, entre Janeiro de 2007 e Outubro de 2011, sendo calculadas a TR, (n referenciações ano/n total consultas)*100, e o número de referenciações por dia ajustado à população no meio de cada período de estudo (CRA) – (n referenciações*1000/população no meio do período*365), 304 dias para o ano 2011. Foram caracterizadas as 6 especialidades de maior referenciação em cada ano. Resultados: Em 2007, registaram-se 2067 referenciações (14,7% dos utentes com consulta (UC)); em 2008, 2639 (17% dos UC); em 2009, 3125 (18,6% dos UC); em 2010, 3100 (18% dos UC); e em 2011, 2673 (15,9% dos UC). A TR e o CRA foram de 3,93% e 0,34‰ em 2007; 4,77% e 0,42‰ em 2008; 5,51% e 0,48‰ em 2009; 5,64% e 0,46‰ em 2010; 5,69 % e 0,47‰ em 2011. Por ordem de volume, as especialidades mais referenciadas foram Ortopedia, Dermatologia, Estomatologia, Ginecologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia e Oftalmologia em 2009, em detrimento de Ginecologia. Discussão: No período estudado verifica-se crescimento da TR, para valores semelhantes aos de 1992, e do CRA, indicador de comparabilidade com outros contextos. As três especialidades mais referenciadas sugerem a necessidade de resposta técnica (ortopedia e medicina dentária) e esclarecimento/orientação clínica (dermatologia). A redução da referenciação para Ginecologia e o aumento para Oftalmologia reflectem opções técnico-científicas da prática da MGF. O volume de referenciação e o tipo de especialidade permitem conhecer a aquisição de competências e verificar as áreas de necessidade de desenvolvimento profissional contínuo.
- Hipertensos: que diferenças entre controlados e não controladosPublication . Botas, Philippe; Santiago, Luiz Miguel; Pereira, Carolina; Cruz, Ana Rita; Carvalho, Rosa; Pimenta, Gonçalo; Neto, Maria GlóriaIntrodução: A Hipertensão Arterial (HTA) é uma patologia muito frequente, com elevada morbilidade e mortalidade e custos terapêuticos farmacológicos importantes. Em Portugal estima-se uma prevalência de HTA de 42,62%. A abordagem farmacológica inicial por diuréticos, a cronoterapia e o impacto negativo de alguns medicamentos no controlo têm fundamentação científica. Objetivos: Determinar a prevalência e comparar diferenças entre pacientes hipertensos controlados e não controlados. Metodologia: Estudo observacional, analítico, em Junho de 2013, na população de três ficheiros clínicos de médicos de uma Unidade de Saúde Familiar no concelho de Coimbra, com HTA diagnosticada e registada pela codificação ICPC-2 (com ou sem complicações) a 13 de Maio de 2013. Amostra aleatória com reposição, calculada para um intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 6% em cada um dos ficheiros, após listagem por ordem ascendente do número nacional de utente, assumindo uma frequência de controlo de 50%. Dados colhidos pelos autores, por consulta de todos os processos aleatorizados, no programa específico de HTA e no ambiente de prescrição do Sistema de Apoio ao Médico, após parecer positivo da Comissão de Ética da Administração Regional de Saúde do Centro. Controlo de HTA para os casos de três últimos registos <140/90 mmHg. Resultados: População de n=972 (prevalência da HTA de 20,2%). Amostra de n=201 indivíduos, sendo 104 homens (51,7%) e 86 com menos de 65 anos (42,8%) (p=0,127 entre sexo e grupo etário). Para n=130 (64,7%) da amostra há controlo da HTA. A lesão em órgão alvo é significativamente mais frequente nos pacientes com HTA controlada (33,1% vs 19,7%, p=0,031). Quando há toma de pelo menos 1 medicamento anti-hipertensor à noite há maior frequência de controlo (56,9% vs 29,6%, p<0,001). A simultaneidade de prescrição de anti-inflamatórios não esteroides (AINE) é mais frequente nos pacientes com HTA não controlada (11,3% vs 3,8%, p=0,043). Discussão: Verifica-se o maior controlo da HTA em comparação com outros estudos em Portugal. Identificaram-se como factores significativamente mais frequentes no controlo da HTA, o acidente cardiovascular prévio, a toma de pelo menos um anti-hipertensor à noite e a ausência de prescrição simultânea de AINE. Os dados estão de acordo com as evidências disponíveis e também sugerem que o facto de ter complicações poderá ser fator motivador de maior atenção por parte da pessoa e/ou maior investimento pela equipa de saúde.
- Trend of referral in the general practice setting in the centre of Portugal: the experience of a health centrePublication . Botas, Philippe; Santiago, Luiz Miguel; Constantino, Liliana; Miranda, Paula; Matias, Catarina; Simões, Ana Rita; Neto, Maria GlóriaAbstract: Introduction Referral is one of the core competencies of general practitioners (GP). In 1992, the European study of referrals from Primary to Secondary care indicated a referral rate (RR) of 5,56% to Portugal. In 2003, the RR related to a health centre in the north of Portugal was 10,11 % and the higher percentage of referrals was to Otolaryngology, Gynecology and Surgery. Objectives To study the trend of referral to Secondary care, in a Centre of Portugal Health Care Unit, with standardized population indicators, between 2007 and 2010. Material and Methods Observational, retrospective, descriptive study using a statistical program to study the informatics generated data of referral in a health centre with 11 doctors and 5 trainees. Calculation of the RR, (n referral/n total consultations) * 100, and the number of referral by day adjusted to population at the middle of each year (CRA), (n referral*1000/ population at the middle of the year*365). We characterized the six specialties with more referrals, for each year. Results In 2007, 2067 referrals were registered (14,7% of patients with consultation (PC)); in 2008, 2639 (17% of PC); in 2009, 3125 (18,6% of PC); in 2010, 3100 (18% of PC). The RR and the CRA were 3,93% and 0,34‰ in 2007; 4,77% and 0,42‰ in 2008; 5,51% and 0,48‰ in 2009; 5,64% and 0,46‰ in 2010. In decrescent order of volume, the specialties with most referrals were Orthopedics, Dermatology, Stomatology, Gynecology, Otolaryngology, Surgery and in 2009 Ophthalmology, in detriment to Gynecology. Discussion During the time considered there is growth of RR, to values similar to those of 1992, and of CRA, an indicator of comparability with other contexts. The three specialties with the higher percentage of referrals suggest the need for technical response (orthopedics and stomatology) and clarification / clinical orientation (dermatology). The reduction in referral to Gynecology and the increase to Ophthalmology might reflect technical and scientific options in General Practice performing skills. The volume of referrals and its characterization may improve our knowledge in these areas and about the need for continuing professional development.