Browsing by Author "Matos, Lara Isabel Rodrigues Lopes de"
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- A transição do doente renal crónico para hemodiálisePublication . Matos, Lara Isabel Rodrigues Lopes de; Novais, Maria EuláliaO aumento da esperança média de vida, o aumento da acessibilidade aos cuidados de saúde e o avanço tecnológico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2012) são precedentes para o aumento da incidência e prevalência das doenças crónicas e envelhecimento das sociedades, estando por sua vez relacionados com a existência simultânea de comorbilidades condicionantes da qualidade de vida de cada indíviduo. A Doença Renal Crónica é afirmada pela OMS como um problema de saúde pública devido ao aumento da sua prevalência e associação com uma maior morbilidade e mortalidade (Glassock, Warnock, & Delanaye, 2017). Esta é classificada em 5 estádios de progressão da doença (KDIGO, 2013) e, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS, 2012), quando esta atinge o seu último estádio (considerado a fase terminal com a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) inferior a 15 ml/min/1.75 m2) implica o início de uma modalidade terapêutica designada de técnica de substituição da função renal (TSFR). Esta mudança leva a uma transição onde se pressupõe a sua ocorrência de forma saudável com a redefinição de significados, modificação de expectativas, reestruturação de rotinas da vida diária, desenvolvimento de conhecimento e competências, manutenção contínua, criação de novas escolhas e encontro de novas oportunidades. O sucesso desta transição é imperativo para a sobrevivência, adaptação e adesão do doente renal crónico a uma nova realidade que permita evitar sintomas de doença, sub-otimização do status funciona e sentimentos de desconexão, disempowerment e perda de integridade (Meleis, 2010). O presente relatório tem como objetivo a descrição das atividades desenvolvidas em âmbito de estágio para alcance das competências de enfermeiro especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica, ao longo do 3º semestre curricular do 13º Curso de Pós-Licenciatura e Mestrado em Enfermagem na Área de Especialização em Enfermagem Médico-Cirúrgica, Área de Intervenção Nefrológica. O Enfermeiro Especialista é definido pelo Regulamento nº190/2015 como “(…) aquele a quem se reconhece competência científica, técnica e humana para prestar cuidados de enfermagem especializados nas áreas de especialidade em enfermagem.” (p.4744). Segundo o mesmo , a atribuição a um enfermeiro do título de especialista, pressupõe um leque de competências comuns passíveis de se aplicarem em qualquer contexto profissional designadas de Competências Comuns do Enfermeiro Especialista. Estas dividem-se em domínios da responsabilidade profissional, ética e legal; melhoria da qualidade dos cuidados; gestão dos cuidados e desenvolvimento das aprendizagens profissionais. Contudo, a Ordem dos Enfermeiros não define competências específicas para a área de intervenção nefrológica, sendo por isso necessário recorrer às competências específicas do enfermeiro de nefrologia definidas pela EDTNA/ERCA, agrupadas para os diferentes contextos da área (Chamney, 2007). Desta forma, o Enfermeiro Especialista em Enfermagem Nefrológica atua de acordo com competência e conhecimentos perante a pessoa com DRC ao longos dos seus diferentes estádios, com inclusão das TSFR e tratamento conservador, respetiva gestão de sintomas, comorbilidades e ensinos, em contexto de internamento e ambulatório. Em suma, o enfermeiro presta cuidados ao longo das diversas transições do doente renal crónico. Por fim, o presente relatório enuncia as aprendizagens desenvolvidas no decorrer de ensinos clínicos realizados, em contexto de cuidados de enfermagem em Nefrologia, assim como o estudo do tipo Scoping Review com o tema “A Transição do Doente Renal Crónico para Hemodiálise”, de acordo com as normas do Joanna Briggs Institute (JBI) e evidenciando de forma dedutiva e implícita o papel do enfermeiro no processo de transição para hemodiálise do doente renal crónico.