Browsing by Author "Marques, Hugo de Andrade"
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- O design como facilitador para a inclusão de pessoas com surdezPublication . Marques, Hugo de Andrade; Ferreira, Ana MargaridaA escolha do tema deste estudo tem como inegável ponto de partida o facto de o seu autor ser surdo o que, desde logo, leva ao conhecimento, em primeira mão, de vários dos obstáculos a transpor ao longo da vida por pessoas com a mesma situação. A vontade de contribuir para que futuras gerações de outros surdos possam beneficiar de alguma investigação sobre o tema foi importante e, neste caso concreto, tratando-se dum trabalho de projeto, que daí resulte a criação de materiais concretos que facilitem a aprendizagem, desde a infância, destas pessoas. É certo que um dos fatores mais preponderantes, nas últimas décadas, porque fundamental no apoio a pessoas com surdez, tem sido a imensa evolução da eletrónica e tecnológica, respetivamente, nas diversas ajudas técnicas disponíveis no mercado, e nas novas formas de comunicação criadas. No entanto, não obstante esta inegável realidade, nesta reflexão gostar-se-ia, sobretudo, de referir o outro lado, não o clínico, não o da evolução da eletrónica, mas o do Design, pelo papel que desempenha em todas as nossas vidas e aqui, particularmente, pela importância que pode assumir na abertura de horizontes e mentalidades quer para o próprio surdo, quer para os ouvintes que o rodeiam, pelo contributo otimista e pedagógico que pode trazer para esta realidade. Neste sentido, o trabalho de projeto a apresentar coloca então o Design ao serviço da pessoa surda, concretamente na aprendizagem da língua gestual na infância, como forma de facilitação da comunicação e de apreensão de conceitos, sobretudo no domínio da abstração. A este propósito, demonstra-se, neste exercício de investigação, as virtudes que a criação de materiais para esse efeito pode ter, num mercado em que os mesmos são praticamente inexistentes, explicando os fundamentos da sua utilização e a vantagem para a população surda. Salienta-se a propósito que o modo de utilização da LGP – língua gestual portuguesa no ensino tem constituído questão polémica ao longo de várias gerações: o signatário desta investigação, ele próprio surdo, não é apologista da sua exclusividade, e nem sequer é fluente na sua prática, mas reconhece a sua importância e utilidade num ensino idealmente bilingue, em que se aperfeiçoe tanto a sua aprendizagem, como o treino da oralidade, uma vez que o surdo está inserido num mundo maioritariamente ouvinte, desde logo na sua família (em 95% dos casos provém de famílias ouvintes), e, mais tarde, no mercado laboral e nas suas relações sociais.