Browsing by Author "Lima, Mariana Duarte do Vale"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Preparação segura de injetáveis: Contributos para a melhoria das práticas dos enfermeirosPublication . Lima, Mariana Duarte do Vale; Bastos, Maria CelesteAs infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) comprometem a segurança e a qualidade dos serviços de saúde. Globalmente, o impacto das IACS está a ser priorizado nas decisões políticas pois contribuem para a ameaça global da resistência antimicrobiana. Na prática clínica, a preparação e administração de medicação injetável são das intervenções invasivas realizadas com maior frequência pelos enfermeiros, podendo a prática segura de preparação de injetáveis, contribuir para minimizar as IACS. A atenção dispensada a esta temática tem ganho destaque e a literatura salienta a baixa uniformização das práticas entre instituições e entre profissionais, bem como, desvios no que respeita aos princípios da segurança, justificando-se a realização de investigação neste âmbito. O presente estudo toma por objeto a preparação segura de medicação injetável realizada pelos enfermeiros e pretende conhecer as práticas clínicas com o intuito de por um lado, identificar na preparação de injetáveis condicionalismos que possam colocar em causa a segurança do doente e, por outro lado, contribuir para a melhoria dos cuidados prestados pelos enfermeiros. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal com enfoque numa abordagem quantitativa realizado em duas fases. Numa primeira fase, foram observadas as práticas em 45 momentos de preparação de medicação realizada por enfermeiros de um serviço de internamento hospitalar através da utilização de uma grelha de observação. Numa segunda fase, 20 enfermeiros responderam a um questionário adaptado da grelha de observação que pretendia avaliar o nível de importância atribuído à preparação de medicação injetável. Da análise dos resultados da primeira fase verificou-se que em 93.3% das observações os profissionais não procederam à desinfeção prévia superfície de preparação da medicação; em metade das observações os participantes não garantiram a abertura dos invólucros das seringas ou agulhas pela zona referenciada e em cerca de 90% das observações os participantes não desinfetaram previamente o tabuleiro usado para o transporte da medicação até ao doente. A literatura identifica falhas idênticas na preparação de medicação injetável. Da leitura dos dados retirados dos questionários as opções mais frequentemente assinaladas foram as que consideram as afirmações em análise sobre a preparação da medicação injetável entre «pouco e muito importante», com exceção dos itens «desinfetar o gargalo da ampola ou «pescoço» da ampola antes de quebrar o mesmo» e «na reconstituição e/ou diluição dos medicamentos, usar solvente de dose múltipla» que obtiveram respostas compatíveis com a opinião de «nada importante». Os resultados do estudo poderão contribuir para a mudança das práticas de preparação de injetáveis, com foco na segurança dos utentes, numa perspetiva de melhoria contínua dos cuidados de enfermagem.