Browsing by Author "Guedes, Ana Margarida Magalhães"
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- Estudo Do Perfil De Suscetibilidade A Antibióticos Em Bactérias Causadoras De Otites Em Caninos E Felinos Em PortugalPublication . Guedes, Ana Margarida MagalhãesAs inflamações auriculares externas em animais de companhia são um dos motivos mais frequentes de consultas na prática veterinária clínica. A origem é multifatorial sendo o crescimento bacteriano um fator secundário responsável pelo desenvolvimento de uma infeção local. O isolamento de bactérias resistentes aos antimicrobianos nomeadamente em casos de otites em animais de companhia tem sido uma preocupação ao longo dos últimos anos. Considerando os mecanismos de transferência de genes de resistência entre bactérias assim como a transmissão de bactérias entre o homem e os animais e vice-versa, esta ocorrência deve ser entendida como um problema global com impacto em saúde pública. Este trabalho teve como objetivo avaliar as bactérias isoladas em casos de infeções auriculares externas de animais de companhia assim como analisar o perfil de suscetibilidade a antimicrobianos destes isolados. Para tal, foi realizado um estudo retrospetivo, com análise dos dados resultantes da avaliação laboratorial (i.e., isolamento, identificação bacteriana e teste de suscetibilidade a antimicrobianos) de amostras de exsudados auriculares de cães e gatos residentes em Portugal entre 2020 e 2023. O estudo incluiu a análise de 7506 resultados de exsudados de cães e gatos. Verificou-se que no período estudado, as amostras de cães foram mais frequentes (87,6%), o que sugere que as otites externas de origem bacteriana são mais frequentes em cães, que forma mais frequentemente isolados nas espécies Labrador Retriever e Bulldog. Os agentes bacterianos mais frequentemente isolados em cães foram Staphylococcus pseudointermedius, Pseudomonas aeruginosa, e Proteus mirabilis. Entre os agentes isolados a percentagem de agentes classificados como multirresistentes foi de 41%, tendo sido Staphylococcus pseudointermedius o agente que apresentou maior percentagem de isolados multirresistentes assim como maior percentagem de isolados resistentes à amoxicilina. Em gatos, a raça mais afetada parece ser a raça Europeu Comum. Os agentes mais frequentemente isolados nesta espécie foram Staphylococcus spp. sendo que entre os agentes isolados a percentagem de isolados classificados como multirresistentes foi de 33%. Verificou-se que o isolamento de Escherichia coli apresentou um padrão sazonal ao longo do período de estudo. Acresce que a percentagem de isolados classificados como multirresistentes foi de 40%, sendo que Staphylococcus pseudointermedius foi o agente que apresentou uma maior percentagem de isolados com perfil multirresistente e que 70% dos isolados de Enterococcus faecium multirresistência. Na globalidade dos isolados verificou-se uma maior taxa de suscetibilidade à marbofloxacina. A classificação AMEG, classifica os antimicrobianos de A a D e considera a utilização de classes mais baixas como a D em primeira linha. Neste estudo, 0,6% dos isolados apresentavam sensibilidade a ácido fusídico, categoria D. Porém 80,6% dos isolados apresentavam sensibilidade a gentamicina, categoria C. Os resultados obtidos neste estudo são relevantes numa perspetiva epidemiológica e clínica na medida em que contribuem para a monitorização do perfil de resistências a antibióticos em animais de companhia. Adicionalmente como revelam orientações para o uso prudente dos antimicrobianos na medicina veterinária, enfatizando que as otites externas de origem bacteriana devem ser tratadas com base na avaliação do perfil de suscetibilidade.