Browsing by Author "Constantino, Liliana"
Now showing 1 - 4 of 4
Results Per Page
Sort Options
- Consulta.1@mgf.pt: já agora doutor…Publication . Botas, Philippe; Santiago, Luiz Miguel; Constantino, Liliana; Miranda, PaulaEnquadramento: Os avanços tecnológicos proporcionam novas abordagens de comunicação entre o médico e o utente, que podem complementar a consulta de Medicina Geral e Familiar (MGF). Em Portugal, o correio electrónico começa a ser adoptado com maior frequência como meio de comunicação e a sua utilização é fundamentada por normas de orientação clínica. Investigadores relataram resultados positivos das abordagens cognitiva comportamental e educacional via internet, em indivíduos com depressão. Descrição do caso: Mulher de 28 anos, auxiliar de acção médica, com poucas consultas na unidade de saúde, pertencente a uma família monoparental, de classe média. Em Abril/2011, vem a consulta aberta solicitar preenchimento de declaração para efeitos de ingresso no ensino superior. Em entrevista oportunista, revelou um humor deprimido, acompanhado de labilidade emocional, baixa auto-estima, desânimo em relação ao futuro e baixa tolerância ao stress e ao fracasso. A separação conjugal há dois anos, durante a gravidez, destacou-se como situação de crise que motivou o desajuste actual. A avaliação pela psicofigura de Mitchell evidenciou a dependência emocional da utente, que se centra em expectativas do ex-companheiro regressar, e denunciou um fraco suporte familiar, dominado por uma relação conflituosa com a mãe. A avaliação pela escala de readaptação social de Holmes e Rahe somou um valor de 201. Quanto ao plano terapêutico, a paciente rejeitou a opção farmacológica. Foi-lhe proposto comunicar com o seu médico de família por correio electrónico, que aceitou. Ao longo desta comunicação, desenvolveu-se um processo de introspecção orientado, com resolução progressiva dos sintomas depressivos em 4 meses. Discussão: O caso descrito ilustra a utilidade atribuída ao correio electrónico na perspectiva de capacitar a utente e permitir um investimento sustentável por parte do médico, sem necessidade de optar pela “medicamentalização”, logo na primeira abordagem. Mais do que rotular com um diagnóstico, procurou-se ajudar a utente a compreender os seus sentimentos, a desenvolver estratégias de coping e a delinear objectivos concretos. Muitas vezes o tempo de consulta em MGF não é compatível com as necessidades do utente. Este relato de caso é um exemplo prático da utilidade do correio electrónico como um meio de comunicação complementar, em particular num caso seleccionado de utente com perturbação depressiva.
- Evolução da referenciação em Medicina Geral e Familiar num Centro de Saúde no centro de PortugalPublication . Botas, Philippe; Santiago, Luiz Miguel; Constantino, Liliana; Miranda, Paula; Matias, Catarina; Simões, Ana Rita; Neto, Maria GlóriaIntrodução e Objectivo: A referenciação é uma das competências nucleares do Especialista em Medicina Geral e Familiar (eMGF). O Estudo Europeu sobre Referenciação revelou uma Taxa de Referenciação (TR) de 5,56%, em Portugal em 1992 e em 2003 num Centro de Saúde no Norte de Portugal a TR foi de 10,11%, sendo a Otorrinolaringologia, a Ginecologia e a Cirurgia as especialidades com maior volume de referenciação. A evolução temporal da referenciação, mostrando a sua tendência, deve ser estudada pelo que se procurou caracterizar num Centro de Saúde predominantemente urbano, entre 2007 e 2011, a quantidade de referenciação aos cuidados de saúde secundários com indicadores populacionais padronizados, e as especialidades de referenciação. Metodologia: Estudo observacional, retrospectivo dos dados de referenciação de todos os médicos do CSE (11 eMGF e 5 Internos), em volume e em especialidade, por ano, pelo programa SAM-ESTAT, entre Janeiro de 2007 e Outubro de 2011, sendo calculadas a TR, (n referenciações ano/n total consultas)*100, e o número de referenciações por dia ajustado à população no meio de cada período de estudo (CRA) – (n referenciações*1000/população no meio do período*365), 304 dias para o ano 2011. Foram caracterizadas as 6 especialidades de maior referenciação em cada ano. Resultados: Em 2007, registaram-se 2067 referenciações (14,7% dos utentes com consulta (UC)); em 2008, 2639 (17% dos UC); em 2009, 3125 (18,6% dos UC); em 2010, 3100 (18% dos UC); e em 2011, 2673 (15,9% dos UC). A TR e o CRA foram de 3,93% e 0,34‰ em 2007; 4,77% e 0,42‰ em 2008; 5,51% e 0,48‰ em 2009; 5,64% e 0,46‰ em 2010; 5,69 % e 0,47‰ em 2011. Por ordem de volume, as especialidades mais referenciadas foram Ortopedia, Dermatologia, Estomatologia, Ginecologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia e Oftalmologia em 2009, em detrimento de Ginecologia. Discussão: No período estudado verifica-se crescimento da TR, para valores semelhantes aos de 1992, e do CRA, indicador de comparabilidade com outros contextos. As três especialidades mais referenciadas sugerem a necessidade de resposta técnica (ortopedia e medicina dentária) e esclarecimento/orientação clínica (dermatologia). A redução da referenciação para Ginecologia e o aumento para Oftalmologia reflectem opções técnico-científicas da prática da MGF. O volume de referenciação e o tipo de especialidade permitem conhecer a aquisição de competências e verificar as áreas de necessidade de desenvolvimento profissional contínuo.
- Para além da consulta…Publication . Botas, Philippe; Santiago, Luiz Miguel; Constantino, Liliana; Miranda, PaulaEnquadramento: A hipertensão arterial (HTA) é o problema crónico de saúde mais comum nas sociedades ocidentais, com regras estabelecidas de avaliação longitudinal para o diagnóstico, obrigando a trabalho clínico com o paciente para aceitação do diagnóstico e do plano terapêutico. A pressão arterial (PA) é uma medida fisiológica de grande variabilidade, condicionada por vários factores que devem considerados no processo de avaliação. Descrição do Caso: Sexo feminino, 44 anos, assistente de tesouraria, sem registo de problemas activos e com antecedentes familiares de enxaqueca, pertencente a uma família nuclear, percepcionada como altamente funcional, de classe média-alta em fase V do ciclo de vida de Duvall. Recorre à consulta em Fevereiro/2011, com quadro de cefaleia e PA elevada. Foi confirmada PA elevada e enquadrou-se a avaliação do diagnóstico de enxaqueca. Feito aconselhamento para alteração do estilo de vida, com indicação para auto-medição da pressão arterial (AMPA). Consultas de reavaliação a 11 de Março, 7 de Abril e 4 de Maio. O registo da PA em ambulatório revelou um padrão de valores mais elevados ao fim do dia, identificando-se condições de trabalho stressantes. A medição da PA em consulta foi mais elevada do que valores de auto-medição. Realizou tonometria planar de absorção a 14/03/2011 que indicou aumento da PA central. A destacar na restante avaliação complementar uma dislipidémia mista. Estabeleceu-se o diagnóstico de HTA sem complicações. A escalada terapêutica iniciou-se com a prescrição de Verapamilo 120mg ao jantar, seguida da associação de Perindopril 4mg ao jantar (posteriormente na dose de 8 mg, id) e de Propranolol 10 mg 2id. A PA está agora controlada bem como a cefaleia. Discussão: A apresentação deste caso tem como objectivo alertar para a importância de uma abordagem holística e metódica na prática clínica. Perante o diagnóstico de HTA, deve ser considerada a influência de múltiplos factores. A evidência aponta a AMPA como método de avaliação diagnóstica mais indicado ao capacitar e empoderar o utente. O controlo adequado da PA beneficia deste processo de decisão clínica partilhada assim como da utilização dos medicamentos segundo perspectiva terapêutica individualizada e integrada.
- Trend of referral in the general practice setting in the centre of Portugal: the experience of a health centrePublication . Botas, Philippe; Santiago, Luiz Miguel; Constantino, Liliana; Miranda, Paula; Matias, Catarina; Simões, Ana Rita; Neto, Maria GlóriaAbstract: Introduction Referral is one of the core competencies of general practitioners (GP). In 1992, the European study of referrals from Primary to Secondary care indicated a referral rate (RR) of 5,56% to Portugal. In 2003, the RR related to a health centre in the north of Portugal was 10,11 % and the higher percentage of referrals was to Otolaryngology, Gynecology and Surgery. Objectives To study the trend of referral to Secondary care, in a Centre of Portugal Health Care Unit, with standardized population indicators, between 2007 and 2010. Material and Methods Observational, retrospective, descriptive study using a statistical program to study the informatics generated data of referral in a health centre with 11 doctors and 5 trainees. Calculation of the RR, (n referral/n total consultations) * 100, and the number of referral by day adjusted to population at the middle of each year (CRA), (n referral*1000/ population at the middle of the year*365). We characterized the six specialties with more referrals, for each year. Results In 2007, 2067 referrals were registered (14,7% of patients with consultation (PC)); in 2008, 2639 (17% of PC); in 2009, 3125 (18,6% of PC); in 2010, 3100 (18% of PC). The RR and the CRA were 3,93% and 0,34‰ in 2007; 4,77% and 0,42‰ in 2008; 5,51% and 0,48‰ in 2009; 5,64% and 0,46‰ in 2010. In decrescent order of volume, the specialties with most referrals were Orthopedics, Dermatology, Stomatology, Gynecology, Otolaryngology, Surgery and in 2009 Ophthalmology, in detriment to Gynecology. Discussion During the time considered there is growth of RR, to values similar to those of 1992, and of CRA, an indicator of comparability with other contexts. The three specialties with the higher percentage of referrals suggest the need for technical response (orthopedics and stomatology) and clarification / clinical orientation (dermatology). The reduction in referral to Gynecology and the increase to Ophthalmology might reflect technical and scientific options in General Practice performing skills. The volume of referrals and its characterization may improve our knowledge in these areas and about the need for continuing professional development.