Browsing by Author "Batista, Ana Rita Leido"
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- Diferenciação pedagógica no ensino da matemática: práticas de uma jovem professoraPublication . Batista, Ana Rita Leido; Boavida, Ana MariaNeste estudo tive por objetivo compreender de que modo posso diferenciar o ensino da matemática e os desafios que enfrento neste processo. Neste sentido, formulei as seguintes questões de investigação: (a) A que aspetos dei especial atenção na preparação de aulas orientadas para a diferenciação do ensino da matemática? Que desafios experienciei neste processo? (b) Como concretizei estas aulas? Que desafios experienciei neste processo? O enquadramento teórico está organizado em duas partes. Na primeira centro-me na diferenciação pedagógica: significado, características e estratégias de diferenciação pedagógica em matemática. Na segunda, foco-me no ensino das frações e em desafios que se colocam ao professor, nomeadamente quando pretende diferenciar o ensino da matemática. Esta investigação, em termos metodológicos, integra-se numa abordagem qualitativa e constitui uma investigação sobre a minha prática. Nesta âmbito, realizei uma intervenção pedagógica numa turma de 4.º ano de escolaridade em que, usando duas estratégias de diferenciação, propus aos alunos um conjunto de problemas sobre números racionais não negativos representados sob a forma de fração. Os dados empíricos foram recolhidos através da observação participante e da recolha documental. Esta observação esteve associada às aulas da intervenção pedagógica e os dados foram registados usando notas de campo e registos áudio/vídeo. Além disso, foram objeto de uma análise de conteúdo qualitativa orientada por categorias temáticas. Os resultados desta investigação evidenciam a importância de uma cuidada preparação das aulas. Em primeiro lugar, é de extrema importância escolher uma tarefa cujo contexto seja apelativo para os alunos e com que todos consigam trabalhar, independentemente das suas especificidades. É fundamental que as tarefas permitam trabalhar em torno de ideias-chave e que sejam de desafio elevado, de modo a possibilitar diversas estratégias de resolução. Para além disso, a escolha da estratégia de diferenciação a adotar, a organização da turma, a previsão das estratégias de resolução e de possíveis dificuldades e, ainda, o planeamento da discussão coletiva final, foram bastante úteis para lidar com as diferentes necessidades e conhecimentos dos alunos. A planificação das aulas dotou-me de conhecimento que me ajudou na apresentação da tarefa, na monitorização do trabalho dos alunos e me fez sentir mais segura para orquestrar as discussões coletivas. Os desafios experienciados centraram-se sobretudo na escolha das tarefas, na conceção de tarefas paralelas, na organização da turma por grupos de trabalho, no planeamento e condução das discussões coletivas e na concretização e articulação das estratégias de diferenciação pedagógica adotadas. A planificação de uma aula tendo por horizonte um ensino diferenciado exige rigor, preparação, antecipação e um bom conhecimento dos alunos. Todos estes aspetos são desejáveis mas difíceis dado, nomeadamente o curto espaço tempo em que desenvolvi a investigação. Para além disso, escolher uma tarefa significativa e que possibilite uma boa diferenciação não é simples. Esta escolha implica o envolvimento dos alunos quer na resolução da tarefa, quer na participação da discussão coletiva. Não foi fácil incentivar os alunos a partilhar as suas resoluções e a analisar as resoluções uns dos outros e a perceber que a discussão sobre conteúdos matemáticos é uma mais-valia para a sua aprendizagem.
