Browsing by Author "Baptista, Frederico Mesquita"
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- Caracterização do estado funcional e da qualidade de vida, e os seus determinantes, numa amostra da população idosa com insegurança alimentar em PortugalPublication . Baptista, Frederico Mesquita; Canhão, Helena; Cruz, Eduardo BrazeteObjetivos: caracterizar o estado funcional (HAQ) e a qualidade de vida (EQ-5D-3L) de uma amostra de população idosa com insegurança alimentar (IA), e investigar os potenciais determinantes do estado funcional e qualidade de vida nesta amostra. Métodos: 41 participantes com IA, os quais foram selecionados a partir de 17 centros de cuidados primários de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo, foram avaliados por uma equipa multidisciplinar composta por médicos, nutricionistas e fisioterapeutas, nos meses de abril e maio de 2016 (avaliação de baseline antes da instituição do programa de intervenção). Resultados: com relação ao estado funcional (HAQ), 63,4 % dos participantes apresentaram uma deficiência leve (HAQ de 0 a 1), 34,1 % apresentaram uma deficiência moderada (HAQ > 1 a 2) e apenas 2,4 % apresentaram uma deficiência grave (HAQ > 2 a 3). No que diz respeito à qualidade de vida, o valor médio encontrado foi de 0,5871 (± 0,2749) no EQ-5D-3L. Na verificação das correlações bivariadas entre o estado funcional e as demais variáveis contínuas verificou-se uma correlação negativa e significativa com a qualidade de vida (rho = - 0,666; p ≤ 0,01) e uma correlação negativa e significativa com a mobilidade (rho = - 0,509; p = 0,001). Na análise correlacional entre as variáveis dicotómicas e o estado funcional, verificou-se uma correlação negativa, significativa e fraca com o sexo (rpb = - 0,346; p = 0,027), e uma correlação positiva, significativa e moderada com a ansiedade (rpb = 0,414; p = 0,007). No que diz respeito às correlações bivariadas entre a qualidade de vida e as demais variáveis contínuas, verificou-se existir também, para além do estado funcional, uma correlação positiva, significativa e baixa com a força manual (rho = 0,381; valor p = 0,017). Já na análise correlacional com as variáveis dicotómicas, verificou-se uma correlação positiva, significativa e fraca com o sexo (rpb = 0,332; p = 0,037), uma correlação positiva, significativa e fraca com o rendimento familiar (rpb = 0,366; p = 0,020), e correlações negativas, significativas e fracas com a ansiedade (rpb = - 0,357; p = 0,024) e com a depressão (rpb = - 0,372; p = 0,018). Após ajuste multivariável, apenas a mobilidade (β = - 0,362; p = 0,002) e a qualidade de vida (β = - 0,610; p < 0,001) se mantiveram significativamente influentes para maiores níveis de incapacidade funcional. Com relação à qualidade de vida, apenas o estado funcional (β = - 0,585; p < 0,01), a presença de depressão (β = - 0,223; p = 0,055) e o rendimento familiar (β = 0,243; p = 0,035) se mantiveram significativamente influentes para a qualidade de vida relacionada com a saúde. Conclusões: apesar da pequena dimensão da amostra, o estudo demonstrou que numa população de idosos especialmente vulnerável, e com IA, o estado funcional está associado com a mobilidade e com a qualidade de vida, e que a qualidade de vida, por sua vez, está associada, para além do estado funcional, com sintomas de depressão e com o rendimento familiar. Estudos de maiores dimensões e noutras populações podem ser úteis para confirmar estas observações.
