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Abstract(s)
Introdução: A síndrome VEXAS é uma doença autoinflamatória sistémica causada por uma
mutação somática no gene UBA1, resultante do acúmulo da proteína ubiquitina dentro das
células e que apresenta uma alta taxa de mortalidade. A síndrome VEXAS, ocorre
maioritariamente, em homens na idade adulta e pode ser fatal. Geralmente apresentam um
historial de múltiplos episódios de inflamação não explicadas, que culminam num diagnóstico
tardio. Esta doença pode causar danos em diferentes órgãos do corpo, nomeadamente,
pulmões, fígado, coração, e manifesta-se através de febres recorrentes, erupções cutâneas, dor
articular, inflamação dos vasos sanguíneos. Podem surgir adicionalmente doenças, tal como
anemia, falência da medula óssea ou leucemia. Pretende-se identificar a relação causal entre a
síndrome VEXAS e a atividade laboral.
Método: Foi efetuada uma revisão de literatura e uma partilha de conhecimentos com a médica
investigadora, do NIH - National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases,
Marcela Ferrada, sobre a nova doença autoinflamatória sistémica.
Resultado: Ainda não existem dados suficientes para fundamentar a relação direta da síndrome
VEXAS, com a atividade laboral.
Discussão: Atendendo aos dados recolhidos da revisão bibliográfica e dependendo de como a
síndrome afeta a capacidade física e emocional, esta pode ter impacto na vida profissional do
trabalhador, pelo que se deve estudar a adaptação dos postos de trabalho a trabalhadores
portadores da síndrome VEXAS. Na sequência da mutação genética que promove a doença, a
exposição a produtos químicos mutagénicos no ambiente de trabalho pode ser representativa de
um risco para a saúde. Estes produtos podem causar danos no ADN, aumentando o risco de
cancro e outras doenças ocupacionais, que por sua vez, são também consequência da síndrome
VEXAS. Poder-se-á então inferir, que o doente ao longo da sua vida pode ter sido exposto a
determinados agentes mutagénicos, todavia, pela ausência de sintomas e consequentemente
de diagnóstico, ainda não se consegue correlacionar a doença com a exposição. É também de
salientar que a prevalência desta síndrome está subestimada devido aos sintomas desta serem
associados à síndrome mielodisplásica. É descrito que aproximadamente 50% dos pacientes
com VEXAS apresentam síndrome mielodisplásica. Para despistar mais precocemente a
síndrome VEXAS é aconselhado o despiste molecular/genético. Ao nível do tratamento, outras
linhas de tratamento estão a ser avaliadas, estando a decorrer estudos de fase II para avaliar a
eficácia das células - tronco hematopoiéticas alogénicas.
Conclusão: Após várias pesquisas na literatura e, no seguimento da partilha de conhecimentos
tida com a médica investigadora Marcela Ferrada, não se consegue, até à data, correlacionar a
atividade laboral e a síndrome VEXAS. Uma vez que, a doença se manifesta na idade adulta,
poderá existir um histórico de exposição laboral a substâncias mutagénicas que potenciem o
aparecimento da doença, visto que a mesma não é hereditária, mas genética. Por isso, é
importante que os trabalhadores trabalhem em estreita colaboração com o médico do trabalho e
técnicos de segurança, para encontrar as melhores opções de proteção, para ajudá-los a manter
a saúde e a produtividade no trabalho. Ponderamos ser um ponto de partida para um estudo
futuro.
Description
Keywords
Atividade laboral Doença Gene UBA1 Substâncias Mutagénicas
