A influência da fadiga na tomada de decisão em ambiente  militar

Abreu ,Francisco José de Goz

http://hdl.handle.net/10400.26/59561

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Authors

Abreu ,Francisco José de Goz

Advisor(s)

Simões , Paula Cristina Pires

Abstract(s)

A tomada de decisão é fundamental nas operações militares, exigindo rapidez e precisão em cenários cada vez mais incertos. Nestes contextos, os militares enfrentam condições de elevada exigência física e cognitiva que, em conjunto, podem causar fadiga e afetar o seu desempenho operacional. O presente estudo teve como objetivo analisar a influência da fadiga na tomada de decisão em ambiente militar, de modo a otimizar o desempenho operacional em contextos exigentes. Adotou-se uma abordagem quantitativa, baseada num método indutivo, com uma amostra constituída por 36 cadetes do 4.º ano da Academia Militar. Cada participante realizou o teste de Resolução de Problemas RP-30, que avalia várias aptidões cognitivas fundamentais na tomada de decisão, em dois momentos distintos. Num primeiro momento, os militares realizaram uma marcha com uma carga aproximada de 30 quilogramas; num segundo momento, noutro dia, em condição de repouso. Durante a marcha, a frequência cardíaca foi monitorizada de forma contínua, o que permitiu calcular a carga interna através do Training Impulse e do método Summated Heart Rate Zone, bem como determinar a variação da percentagem da frequência cardíaca de reserva. Foram desenvolvidos dois índices, o Índice de Velocidade de Tomada de Decisão e o Índice de Desempenho na Tomada de Decisão, que quantificam, respetivamente, a rapidez e a qualidade das decisões sob fadiga, constituindo métricas padronizadas passíveis de integração em futuras investigações. Através dos índices propostos, foi possível verificar que, quando submetidos à fadiga, os militares apresentaram uma redução de 23,33% na performance quanto à velocidade de tomada de decisão e de 15,09% na performance quanto à qualidade da tomada de decisão. Concluiu-se que a fadiga compromete significativamente tanto a velocidade como a qualidade da tomada de decisão, deteriorando várias aptidões cognitivas determinantes. Recomenda-se a implementação de protocolos de treino que combinem esforço físico intenso com tarefas de tomada de decisão, como medida eficaz para promover a integração funcional entre capacidades físicas e cognitivas, com vista a otimizar o desempenho operacional mesmo sob condições de exaustão.