Avaliação da carga mecânica articular das tarefas críticas do  atirador por dinâmica inversa

Mendes ,Bruno Rafael Lopes

http://hdl.handle.net/10400.26/59566

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Authors

Mendes ,Bruno Rafael Lopes

Advisor(s)

Cabral , Sílvia Arsénio Rodrigues

Abstract(s)

Esta investigação teve como objetivo analisar as cargas mecânicas articulares associadas à execução de tarefas críticas por atiradores durante operações militares em áreas urbanas, que apresentam um maior risco de lesões músculo-esqueléticas decorrentes de posturas exigentes, movimentos repetitivos e transporte de cargas nesta população. Assim, pretendeu-se caracterizar os padrões cinéticos e cinemáticos envolvidos na marcha típica, marcha fletida, transposição e receção de obstáculo e arraste do ferido. A investigação adotou uma abordagem quantitativa, sendo um estudo de carácter exploratório-descritivo e desenho transversal. Participaram quatro militares de uma equipa de paraquedistas. A recolha de dados sociodemográficos foi realizada por inquéritos por questionário, enquanto os dados biomecânicos foram obtidos em laboratório com recurso a sistemas de captura de movimento 3D, plataformas de força e softwares especializados, permitindo análise cinética e cinemática detalhada com aplicação de dinâmica inversa. Os resultados obtidos, identificam diferenças significativas entre as tarefas quanto às exigências biomecânicas. A marcha fletida demonstrou elevados momentos articulares na anca e maiores amplitudes de flexão nas articulações dos membros inferiores, em comparação com a marcha típica. A receção do obstáculo revelou maiores picos na força de reação do solo (Fz) e nos momentos de plantarflexão do tornozelo. A transposição de obstáculos implicou maior carga no joelho e tornozelo, enquanto o arraste do ferido apresentou padrão uniforme, mas exigente, de tração e estabilidade. Em várias tarefas, os valores observados ultrapassaram os limiares de segurança biomecânica referenciados na literatura. As tarefas críticas analisadas envolvem exigências articulares elevadas, associadas a um risco acrescido de lesão, especialmente sob fadiga e carga externa adicional. Tarefas como a marcha fletida, a receção ao solo e o arraste do ferido demonstraram maior sobrecarga mecânica, com envolvimento acentuado das articulações da anca, joelho e tornozelo. Os resultados confirmam a relevância das variáveis biomecânicas para compreender o desempenho funcional em contexto militar.