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Autogestão do doente diabético: papel do enfermeiro na promoção da autonomia

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A diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crónica em larga expansão em todo o mundo. A rápida evolução epidemiológica global registada nos últimos anos (aumento da prevalência e da incidência) leva a que ela seja considerada uma das pandemias do século XXI, acarretando consigo elevados custos sociais e económicos. É desejável que as pessoas com diabetes mellitus tipo 2 possam ter uma vida saudável e sem grandes limitações, mas para que isso aconteça, é necessário fazer o tratamento adequado, facto que implica a existência de uma parceria de cuidados entre a pessoa com diabetes e o enfermeiro que se apresente como facilitador da autogestão da doença. Este estudo tem como principais objetivos contribuir para a compreensão do processo da autogestão na pessoa com diabetes mellitus tipo 2 e o papel do enfermeiro na promoção da sua autonomia. Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório, descritivo e transversal, sustentado concetualmente na teoria da autodeterminação. A amostra do estudo foi constituída por pessoas com diabetes mellitus tipo 2 há mais de um ano, com idade superior a 18 anos e que eram seguidas na consulta da diabetes há, pelo menos, 6 meses. Participaram no estudo 144 pessoas de ambos os sexos, com idades entre os 21 e os 84 anos. Para a recolha de dados foi utilizado um questionário intitulado “Autogestão na pessoa com diabetes mellitus tipo 2”, composto por seis instrumentos: questionário sociodemográfico, clínico e de tratamento; questionário de autorregulação; questionário de perceção sobre o ambiente terapêutico; escala de competência percebida; escala de adesão aos medicamentos; e, escala de suporte social. Os resultados evidenciam que as pessoas portadoras de diabetes mellitus tipo 2 conseguem fazer a autogestão da sua doença, demonstrando adesão ao regime medicamentoso proposto pelo médico e sentindo-se autónomos e competentes para adotar os comportamentos de saúde esperados. Sentem-se, no entanto, um pouco controladas pelos outros (familiares e profissionais de saúde) para aderirem ao regime terapêutico e moderadamente motivadas para realizar as alterações necessárias à sua vivência com a doença. Os resultados mostram, ainda, que as pessoas com diabetes que incluíram a amostra tinham uma boa perceção sobre o ambiente terapêutico (relação com o enfermeiro) e sobre o suporte social que detinham. Verificou-se, ainda, que as variáveis sexo, idade e escolaridade influenciaram a perceção de autonomia no autocuidado da pessoa face à gestão do regime terapêutico. Com base nos resultados, consideramos que este estudo contribui para a compreensão dos processos associados à mudança de comportamentos e à promoção desses comportamentos no que concerne à autogestão da diabetes mellitus tipo 2. Este estudo vem, também, corroborar a necessidade de adotar novas abordagens à pessoa portadora de diabetes mellitus tipo 2, sendo que os cuidados centrados na pessoa permitem que esta mobilize competências para gerir, com maior eficácia, a sua saúde e obter ganhos em saúde.

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Diabetes mellitus tipo 2 Adesão terapêutica Autogestão da diabetes Enfermagem Teoria da autodeterminação

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