EM - Teses de Doutoramento
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- Caracterização química e avaliação da actividade biológica da framboesa (Rubus idaeus L.). Contribuição para o desenvolvimento de uma alegação de saúdePublication . Correia, Maria Madalena Morais Bettencourt da Câmara; Figueira, Maria Eduardo Costa Morgado; Bronze, Maria do Rosário Beja Gonzaga"As doenças crónicas, atualmente a principal causa de morte em todo o mundo, têm aumentado dramaticamente consequência das modificações de estilos de vida, nomeadamente sedentarismo, níveis elevados de stresse e alterações na dieta. Segundo a OMS estas mortes prematuras podem ser prevenidas. A promoção de hábitos alimentares saudáveis, tais como o aumento da ingestão de frutas e produtos hortícolas, a principal fonte de (poli)fenóis bioativos, constitui uma via para a proteção da saúde das populações. A framboesa vermelha (Rubus idaeus L.) é um fruto de produção recente em Portugal. Este pequeno fruto vermelho constitui uma fonte dietética de compostos bioativos, incluindo compostos fenólicos, antocianinas e elagitaninos, que têm demonstrado atividades biológicas antioxidante, anti-inflamatória, antimicrobiana, antiproliferativa e anticancerígena, entre outras. Existem alguns estudos sobre os efeitos fisiológicos destes frutos mas poucos foram realizados em animais e humanos, e tendo isso em consideração o nosso estudo teve por objetivo a caracterização química e biológica de frutos de Rubus idaeus L. produzidos em território nacional visando dar um contributo para o desenvolvimento de uma alegação de saúde. Assim, amostras de frutos de Rubus idaeus L. da região de Odemira, Alentejo Litoral, foram caracterizadas quimicamente: genótipos distintos, produzidos na zona de Odemira entre 2011 e 2013; um extrato de uma amostra de framboesas colhidas em 2010 que foi usado na avaliação da atividade biológica (capacidade antioxidante e anti-inflamatórias) in vitro e in vivo em modelos celulares e animais; uma amostra de framboesas maduras da cv. Amira ingeridas por voluntários saudáveis num estudo de intervenção nutricional (ENIH). A caracterização fenólica foi realizada em extratos (metanol e acetona) por técnicas cromatográficas e de espetrometria de massa (HPLC-DAD e LC-DAD-MS/MS, MALDI-TOF-MS) e espetrofotométricas (fenóis totais, FT, flavonóides totais, FLT, antocianinas totais, AT, taninos hidrolisáveis totais, THT, e taninos condensados totais, TCT) e a capacidade antioxidante in vitro pelos métodos ORAC e HORAC. Como referido na bibliografia, as framboesas analisadas são abundantes em compostos fenólicos, sobretudo antocianinas e elagitaninos. A aplicação da espetrometria de massa MALDI-TOF possibilitou uma obtenção rápida de espetros, tendo sido identificados 33 compostos: antocianinas, sobretudo derivados da cianidina e da pelargonidina, sanguiina H-6 e Lambertianina C, ácido elágico e derivados e derivados da quercetina, entre outros, e dos ácidos quínico e cítrico. As análises HPLC-ESI-MS/MS num equipamento do tipo triplo quadrupolo possibilitaram a identificação de maioria destes compostos e ainda de ácidos hidroxicinâmicos, de outros taninos hidrolisáveis e do ácido málico. A quantificação das amostras foi realizada por HPLC-DAD. A comparação da composição fenólica de framboesas dos 4 genótipos possibilitou a escolha da Amira para os ensaios biológicos. O extrato de Rubus idaeus L. selecionado mostrou atividade antioxidante elevada em testes in vitro, não só de avaliação de atividade antioxidante química, testes ORAC e HORAC, mas igualmente em ensaios que avaliam o mesmo efeito em meio celular como o CAC, feito em células Caco-2, e na modulação do oxidative burst dos neutrófilos. O extrato [15 mg Fenóis Totais (EAG).Kg-1] quando usado no modelo de inflamação aguda de edema induzido pela carragenina, em rato, mostrou ter um elevado efeito anti-inflamatório mas só quando foi administrado via intraperitoneal (i.p.). No modelo de inflamação crónica de artrite reumatoide (AR) induzida pelo colagénio II, o mesmo extrato administrado i.p. mas também por via oral (p.o.) mostrou ter uma potente atividade anti-inflamatória diminuindo o edema, os danos na cartilagem, o inchaço dos tecidos moles e a reabsorção óssea e reduzindo marcadamente a expressão de iNOS e de COX-2, demostrando uma proteção significativa na progressão da AR. No ENIH, pretendeu-se estudar o efeito do consumo de 150 g de framboesas, diariamente, durante 3 semanas, no stresse pós-prandial metabólico, oxidativo e inflamatório, induzido por uma refeição hipercalórica rica em gordura e açúcar (RRGA), em voluntários saudáveis. Os resultados mostraram que o consumo de framboesas evitou o decréscimo pronunciado dos níveis de HDL e, em parte, a oxidação das LDL provocados pela RRGA, diminuiu significativamente os valores basais de LDLox dos voluntários e atenuou o aumento de valor de TNF-α e de IL-6 provocados pela ingestão da mesma refeição. Os nossos resultados sugerem que a framboesa e o seu extrato fenólico podem atenuar, em certa medida, o stresse metabólico, oxidativo e inflamatório e, como tal, ter um papel importante de proteção na saúde humana. Visando dar um contributo para o desenvolvimento de uma alegação de saúde sobre framboesa ou extratos desta, ricos em compostos fenólicos, foram analisados e discutidos requisitos legais vigentes e orientações da Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos respeitantes à fundamentação científica de alegações de saúde na UE. Foram ainda identificadas as alegações de saúde autorizadas suscetíveis de serem usadas por frutos ou extratos de Rubus idaeus L."