Browsing by Author "Rodrigues, David José Teixeira"
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- Práticas de Enfermagem na Hemóstase da Artéria Radial após coronariografia: um problema de Supervisão Clínica?Publication . Rodrigues, David José Teixeira; Marques, PauloIntrodução: A enfermagem contemporânea tem evoluído significativamente, tanto no âmbito científico como na sua representação social. O enfermeiro é hoje um profissional com crescente autonomia, capaz de tomar decisões fundamentadas em evidências científicas. A Supervisão Clínica em Enfermagem desempenha um papel crucial no desenvolvimento contínuo de competências, promovendo a qualidade e segurança dos cuidados prestados. No contexto da cardiologia de intervenção, uma gestão eficaz do local de acesso, nomeadamente da artéria radial, é essencial para prevenir complicações. Objetivos: Esta investigação tem como objetivos: a) Identificar as práticas de enfermagem relacionadas com a hemóstase da artéria radial após coronariografia; b) Avaliar as bases de conhecimento e as estratégias de supervisão clínica na formação inicial e contínua dos enfermeiros envolvidos neste contexto de cuidados. Metodologia: Seguiu-se um paradigma quantitativo e um desenho descritivo, utilizando um questionário distribuído entre enfermeiros de cinco hospitais terciários em Portugal. A amostragem foi realizada por método de bola de neve e a análise dos dados utilizou estatística descritiva. Foram analisados dados sociodemográficos, práticas de hemóstase e a influência da supervisão clínica. Previamente, foi realizada uma revisão scoping para mapear a evidência existente sobre os métodos de hemóstase utilizados após coronariografia via artéria radial. Resultados: A análise revelou que a maioria dos enfermeiros utiliza o dispositivo de compressão pneumática, sendo a TR Band o mais comum. Contudo, identificou-se uma variação significativa nos protocolos de desinsuflação, muitas vezes divergentes das práticas expostas. Menos de metade dos enfermeiros segue corretamente o protocolo de hemóstase permeável, indicando um conhecimento insuficiente sobre o conceito. Além disso, verificou-se que as estratégias de supervisão clínica mais frequentemente adotadas são a explicação e a demonstração, enquanto o uso da discussão, debate e feedback é menos recorrente. O tempo reduzido destinado à integração dos enfermeiros e a elevada rotatividade das funções dos profissionais, é aponte como barreira a uma integração que promova práticas seguras. Apesar dessas adversidades e da falta de formação específica em supervisão, os enfermeiros supervisores mostram-se empenhados nas suas responsabilidades. Conclusão: Esta investigação destaca a relevância da supervisão clínica em enfermagem na consolidação de práticas baseadas na evidência, especialmente no contexto da cardiologia de intervenção. A padronização de protocolos e o investimento na formação contínua são fundamentais para assegurar cuidados de qualidade e segurança. As variações observadas nas práticas em uso, face às melhores práticas descritas, reforçam a necessidade de maior uniformidade e adesão aos protocolos, bem como a necessidade de mais investigação.